Topo

Como Gladstone virou exemplo para jovem do Cruzeiro na final da Copa do BR

Aos 20 anos, Murilo é titular do Cruzeiro e pode erguer primeira taça como profissional - André Yanckous/AGIF
Aos 20 anos, Murilo é titular do Cruzeiro e pode erguer primeira taça como profissional Imagem: André Yanckous/AGIF

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

14/09/2017 12h00

Aos 20 anos de idade, o zagueiro Murilo vive um momento especial no Cruzeiro. Promovido ao elenco profissional no final de 2016, o garoto começou a atual temporada como quinta opção no setor defensivo de Mano Menezes, mas hoje é titular absoluto e peça indispensável ao lado do veterano Léo. No final deste mês, o jogador de São Gonçalo dos Campos, na Bahia, terá a chance de levantar sua primeira taça na ainda curta carreira. Sem ceder à pressão, Murilo leva para campo o aprendizado adquirido com os companheiros mais velhos, mas também um ótimo exemplo que aconteceu no mesmo Cruzeiro, também em uma final de Copa do Brasil, há 14 anos. Em 2003, Gladstone superou a pouca idade e a desconfiança que o cercava para debutar com o pé direito e carimbar sua estreia no clube com a faixa de campeão.

Gladstone chegou ao Cruzeiro em 2000, ainda com 15 anos. Três temporadas mais tarde, aos 18, fez sua estreia no time principal. Com as suspensões do titular Edu Dracena e do reserva Thiago, o zagueiro precisou debutar justamente na segunda partida contra o Flamengo, válida pela final da Copa do Brasil. A vitória por 3 a 1 e o título conquistado dariam início à trajetória do garoto na Toca da Raposa, que voltaria a figurar no time e venceria o Brasileirão daquele ano.

Para tentar encorajar Gladstone na véspera daquela final de 2003, Vanderlei Luxemburgo adotou um método curioso. Chamou o garoto e o presenteou com dois envelopes: um deles continha uma fralda e o outro uma faixa de campeão. O jovem teria que escolher com qual deles ficaria. Em campo, o bom desempenho, sem sentir a pressão e o nervosismo em seu primeiro jogo como profissional, foi um indício de que a estratégia motivadora do técnico foi acertada.

"Já escutei essa história e até falei que eu fico com a faixa. Tenho personalidade e fé em Deus que tudo dará certo na final", comentou o garoto, que já encarou o Maracanã lotado na primeira decisão contra o Flamengo.

A escalada de Murilo foi rápida na Toca da Raposa. Ele começou o ano como a quinta opção na zaga. Antes do garoto, Léo, Manoel, Dedé e Caicedo (emprestado pelo clube) estavam na frente na disputa pelas duas posições. Sua primeira oportunidade aconteceu no início de junho, contra o Bahia. A primeira impressão não rendeu a titularidade imediata, mas foi positiva e convenceu Mano a utilizá-lo outras vezes. Pouco depois, o jogador se firmou como titular e foi um dos responsáveis pela melhora no setor defensivo. Hoje, conta com 21 aparições no Brasileirão, sendo o sétimo atleta do time com mais jogos no campeonato.

“Só tenho que agradecer a Deus, essa mudança tão rápida. Estou muito feliz de poder estar compartilhando isso com minha família. Vejo a emoção dos meus pais e isso é muito especial na minha carreira”.