Uma semana após apitar clássico, árbitro encara desafio na várzea

David Abramvezt

Do UOL, em São Paulo

  • Leonardo Soares/UOL

    Leandro Bizzio pouco depois de expulsar Lúcio no clássico entre São Paulo e Palmeiras

    Leandro Bizzio pouco depois de expulsar Lúcio no clássico entre São Paulo e Palmeiras

Exatamente uma semana depois de ter a valorizada missão de apitar um Choque-Rei, clássico entre São Paulo e Palmeiras, o árbitro Leandro Bizzio Marinho vai calçar chuteiras para uma função menos glamourosa: uma partida na várzea. Ele e os seus auxiliares, Fabricio Porfirio de Moura e Claudenir Donizeti Gonçalves da Silva, serão os responsáveis pelo jogo de abertura da Copa Kaiser de 2013.

A partir, das 12h45 deste domingo, no estádio do Nacional, na Barra Funda, o atual campeão, Ajax, da Vila Rica, iniciará a campanha em busca do bicampeonato diante do Águia FC da Rocinha, de AE Carvalho. Para Bizzio, guardada as devidas proporções, será mais um jogão para a sua carreira.

"São jogos diferentes, por um ser da elite profissional e outro amador. Mas a responsabilidade é igual, porque qualquer tipo de problema na minha arbitragem pode repercutir na minha carreira. Eu encaro do mesmo jeito, um clássico profissional e um jogo da Copa Kaiser", diz Leandro Bizzio.

Copa Kaiser de futebol amador
Copa Kaiser de futebol amador

A presença de árbitros top do futebol paulista será uma constante na Copa Kaiser. Por conta do sistema de sorteio, exigência do Estatuto do Torcedor, nem todos os árbitros disponíveis são escalados para a rodada de fim de semana do Campeonato Paulista. Para não deixar os profissionais parados, o Sindicato de Árbitros do Estado de São Paulo coloca os juízes nos campos da várzea Eles, inclusive, utilizam o moderno equipamento de comunicação eletrônico que faz o árbitro conversar com os seus assistentes durante as partidas.

Membro do quadro da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Leandro Bizzio encara os duelos da Kaiser como um reencontro com as suas origens. Formado na escola da Federação Paulista de Futebol (FPF) em 2004, o árbitro de 34 anos de idade começou a sua trajetória no futebol amador. 

"É um prazer apitar jogo da Kaiser. Eu vim do terrão, onde eles jogam. Eu saí da Kaiser, me sinto como um deles. Por conta dessa experiência no futebol amador, consegui chegar à elite do futebol, virando árbitro do quadro da CBF. É muito gostoso estar lá e participar desses jogos", comenta Bizzio.

Responsável por expulsar o zagueiro pentacampeão mundial Lúcio, do São Paulo, no clássico do último domingo, o juiz salienta que terá a mesma postura no embate entre Ajax e Águia. "A condução do jogo é um pouco diferente, mas a postura é a mesma. Eu não posso perder o jogo disciplinarmente,  mas também não posso levar a ferro e fogo todos os lances. Quem merecer, vai tomar cartão vermelho também".

Para os outros envolvidos no clássico, a presença de Bizzio é quase um prêmio. "Isso valoriza muito nosso jogo. Profissionalismo é sempre bem-vindo na várzea. Ele não vai se deixar levar por pressão de jogador. Isso é bom, pois temos que ganhar no campo. É assim que fomos campeões e vamos tentar buscar o bi", fala o presidente do Ajax, Vladimir Galdino, conhecido como Geleia.

No Águia, o pensamento é parecido. Teoricamente mais fraco tecnicamente do que o atual campeão, o time de AE Carvalho espera que uma arbitragem de futebol profissional torne a sua vida melhor no gramado. "Um árbitro dessa qualidade segue a regra e faz com que ganhe o melhor em campo. E esperamos jogar melhor que o Ajax. Temos que comemorar a chance de fazer o jogo de abertura da Kaiser, de jogar em um gramado bom e ainda mais por ter um árbitro que apita clássicos como São Paulo e Palmeiras. Todo mundo viu o cara na televisão e agora ele estará no nosso jogo na várzea", comemora o presidente do Águia, William Correa.

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