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Briga que encerrou final começou há uma semana e terminou com vestiário ensanguentado

Vestiário do Tigre tinha sangue na parede após confusão envolvendo os seguranças - João Henrique Marques/UOL
Vestiário do Tigre tinha sangue na parede após confusão envolvendo os seguranças Imagem: João Henrique Marques/UOL

Do UOL, em São Paulo

13/12/2012 06h01

O abandono do Tigre em plena final da Copa Sul-Americana, que resultou no título do São Paulo, começou a ser desenhado já na semana passada. Dirigentes da equipe paulista alegam que já no reconhecimento do gramado da Bombonera houve a primeira confusão envolvendo os dois times. No fim, os argentinos terminaram acusando seguranças tricolores de agressão e apresentando um vestiário com marcas de sangue, que seriam dos jogadores agredidos. 

Segundo o vice-presidente de futebol, João Paulo de Jesus Lopes, já na hora de subir as escadas do estádio do Boca Juniors, que recebeu a primeira parte da final, seguranças do Tigre teriam empurrado membros da delegação são-paulina. 

A BRIGA EM 09 FOTOS

O vice-presidente João de Jesus Lopes relata problemas na terça-feira (04/12) na hora de fazer o reconhecimento da bomboneiraLuís Fabiano e Donatti se envolvem em briga durante jogo (05/12) e são expulsos da primeira final na BomboneiraOsvaldo posta foto no Twitter reclamando da violência de argentinos na primeira final
Dirigentes do Tigre provocam são-paulinos e falam em causar Morumbizazo ao derrotar São PauloUsando o show da Madonna como escudo, São Paulo veta Tigre de reconhecer gramadoÔnibus do Tigre é recebido com latinhas de cerveja 
No dia do jogo, seguranças também não deixam Tigre aquecer no gramado. Atletas driblam segurançaLucas cai no gramado ensaguentado, reclamando de violência dos adversáriosBriga se estende ao vestiário, e Tigre se recusa a entrar no gramado. São Paulo é declarado campeão

“Vocês querem saber o que aconteceu é só ver o que aconteceu na semana passada. A gente ia subir as escadas da Bombonera, e os seguranças começaram a empurrar a gente, não queriam deixar a gente subir porque o time deles ainda estava no gramado. Tudo começou ali!”, disse ele exaltado na saída do estádio do Morumbi.

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No dia seguinte, durante o jogo, Luís Fabiano e o zagueiro Donatti se envolveram em mais uma confusão que terminou na expulsão dos dois. O clima continuou quente, e os brasileiros voltaram da Argentina reclamando bastante da violência que sofreram dentro de campo. Osvaldo, por exemplo, postou foto de sua perna com hematomas.

Já no Brasil, Jesus Lopes voltou a reclamar do tratamento recebido no país vizinho e ainda disse que recebeu os ingressos só no dia do jogo, o que vai contra as determinações da Conmebol.

Na volta, um dia antes da decisão acontecer, o presidente do Tigre, Rodrigo Molinos, reacendeu a chama de provocação que parecia apagar. Em entrevista coletiva, o dirigente afirmou que existia uma boa chance de um “Morumbizazo” acontecer, fazendo referência ao Maracanazzo, em 1950, quando os uruguaios venceram a seleção brasileira na Copa do Mundo, com o estádio no Rio de Janeiro lotado.

A confusão aumentou pelo veto do São Paulo ao reconhecimento do gramado por parte do Tigre. O time argentino foi impedido de subir ao gramado do Morumbi, sob a alegação de que a grama precisava respirar após show da Madonna, e teve que treinar no hotel onde estava hospedada.

Horas antes do jogo, o gramado do Morumbi voltou a ser motivo de polêmica. Seguranças do São Paulo tentaram impedir que os jogadores do Tigre entrassem no gramado para fazer o aquecimento, algo que é tradicional por parte de times visitantes. Revoltados, jogadores pularam a placa de publicidade e fizeram o trabalho mesmo assim.

Isso porque, pouco antes da delegação entrar no Morumbi, o ônibus do Tigre já havia sido atingido com latas.

No jogo, após sair à frente no placar, o São Paulo voltou a reclamar da violência. Com o apito final do primeiro tempo, Lucas foi alvo da ira dos argentinos e aproveitou para tirar satisfações por causa do sangue escorria do seu nariz. A confusão ficou armada até a boca do túnel. Longe das câmeras, os jogadores do Tigre voltaram a se envolver em uma briga, desta vez contra seguranças do São Paulo.

Enquanto os argentinos alegam que receberam ameaças com armas de fogo e mostram o vestiário com sangue, os seguranças se defendem e afirmam que foram agredidos por cerca de 40 pessoas da delegação do Tigre. A Polícia Militar, chamada para apartar a confusão, nega ter visto qualquer revólver na confusão. 

"Nós fomos chamados para separar uma briga generalizada entre comissão técnica e jogadores do Tigre e seguranças do São Paulo Futebol Clube. Não houve constatação de ninguém armado de ambas as partes. Se tivesse sido constatado, com certeza essa pessoa teria sido presa. Não sei de onde eles tiraram essa informação", disse o Major Gonzaga, que chefiou a operação, ao Fox Sports.

O caso parou na delegacia de polícia e ainda está sob investigação, mas a taça passou a fazer parte da estante de troféus do São Paulo.