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Ponte escolhe Mogi para Sul-Americana, e São Paulo cogita nova briga

Do UOL, em São Paulo

18/11/2013 17h19

Após o veto ao Moisés Lucarelli, cuja capacidade é inferior aos 20 mil lugares exigidos pela Conmebol, a Ponte Preta escolheu o Romildão, em Mogi Mirim, como sede de um dos jogos da semifinal da Copa Sul-Americana. A decisão, contudo, pode servir como mote para mais uma disputa jurídica envolvendo o local do duelo contra o São Paulo.

De acordo com laudos da FPF (Federação Paulista de Futebol) e da CBF, o Romildão também não comporta 20 mil pessoas. O São Paulo já asseverou que não admitirá um estádio com capacidade menor.

“O São Paulo colocou firmemente, quando se oficiou à Conmebol, que seja respeitado o regulamento. Por que isso? Porque os estádios com capacidade para menos de 20 mil espectadores normalmente não são dotados de capacidade de segurança, monitoramento, bilheterias individuais, uma série de equipamentos. Nossa posição não é específica ao estádio A ou B. É específica à segurança”, disse o vice-presidente de futebol do time da capital, João Paulo de Jesus Lopes.

A despeito de o regulamento da Copa Sul-Americana exigir capacidade mínima de 20 mil lugares nas quartas e nas oitavas de final, a Ponte Preta vinha mandando jogos no Moisés Lucarelli. Para as semifinais, contudo, o São Paulo acionou a Conmebol e não aceitou atuar no local.

“Que houvesse condições de segurança não só aos times, mas também aos torcedores em geral. Então a nossa expectativa é que a Conmebol, ao definir o local de jogo, atente com muito cuidado a essas questões. Para que num momento posterior ela não possa ter a eventualidade de ser responsabilizada”, continuou Jesus Lopes.

Segundo a Ponte Preta, a equipe acionou a FPF e pediu que a entidade estadual indicasse quais estádios estariam aptos a receber o jogo. Dessa lista, a equipe de Campinas escolheu o Romildão.

A Ponte Preta ainda alega que o coronel Marcos Marinho, presidente da comissão de arbitragem da FPF, já assegurou que o Romildão será aprovado. O dirigente foi procurado pelo UOL Esporte, mas não foi localizado até o fechamento do texto.

O problema é que os laudos publicados nos sites de FPF e CBF contrariam a versão da equipe. Segundo o CNEF (Cadastro Nacional de Estádios de Futebol), o Moisés Lucarelli comporta 19.900 pessoas. A entidade estadual trabalha com o mesmo número, mas estipula capacidade recomendada de 19 mil espectadores.

Os documentos que atestam capacidade inferior no Romildão são os mesmos que o São Paulo usou como base para vetar o Moisés Lucarelli. Questionado, o time do Morumbi não garantiu que brigará para impedir o jogo em Mogi Mirim.

“Não estou dizendo isso. Nós colocamos para a Conmebol, mas não tenho condição de avaliar essa situação agora”, acrescentou o vice de futebol, com discurso semelhante ao departamento jurídico do São Paulo.

Leonardo Serafim dos Anjos, diretor jurídico do clube do Morumbi, diz que o São Paulo só se pronunciará a partir da escolha do Romildão. O dirigente ainda sugere que a equipe do interior poderia ter levado a partida para o Brinco de Ouro da Princesa, estádio do arquirrival Guarani. Nesta segunda-feira, em nota oficial, o presidente da Ponte Preta, Márcio Della Volpe, afirmou que a cidade de Campinas “foi cerceada do direito de receber a semifinal da Sul-Americana”.

“Não trabalhamos com hipótese. Temos que ver se eles tentarão mesmo levar o jogo para Mogi Mirim. Vi que ele disse que o São Paulo tomou uma atitude contra a cidade de Campinas. Uma boa pergunta para ele: por que ele não joga no estádio do Guarani, em Campinas? Não é contra a cidade”, provocou Leonardo Serafim dos Anjos.

O vice de futebol do São Paulo, João Paulo de Jesus Lopes, também disse que a atitude não é contra o clube. Ele argumentou que o time da capital pede segurança para jogar o confronto decisivo, marcado para o dia 27 de novembro. O primeiro duelo entre os dois clubes acontecerá na próxima quarta-feira, no Morumbi, às 21h50.

“Não temos nada contra a Ponte, contra a torcida ou contra a diretoria, com quem temos ótima relação. O que a gente quer é que a partida seja revestida de toda a segurança. É uma decisão da Conmebol”, finalizou.