Topo

River segura pressão de carrasco do SP e empata 1ª final da Sul-Americana

Do UOL, em São Paulo

04/12/2014 00h06

Diz a lenda do futebol que “a camisa pesa”. Não há como provar, mas existem jogos que parecem querer justificar esta frase. Foi o caso da primeira partida da final da Copa Sul-Americana, nesta quarta-feira. O River Plate, o gigante argentino, foi pressionado o tempo todo pelo Atletico Nacional na Colômbia. Mas soube segurar o rival, “arranjar” um gol quando estava atrás no placar e levar um empate em 1 a 1 para a partida de volta, em casa.

O River, agora, precisa repetir o que fez contra o Boca Juniors na semifinal: uma vitória simples. Já os colombianos precisam surpreender fora de casa, em pleno Monumental de Nuñez. A vantagem do Atletico é que não há o critério do gol fora de casa na decisão - ou seja, um empate em 0 a 0 não dá o título ao River, e sim leva a final para a prorrogação. Argentinos e colombianos voltam a campo, em Buenos Aires, na próxima quarta-feira, dia 10 de dezembro, às 22h15 (de Brasília).

Fases do jogo
O Atletico Nacional entrou na decisão com uma mentalidade clara: marcar o mais rápido possível. O time impôs uma correria que deixou a defesa do River perdida, mas faltou um detalhe: a finalização. Os colombianos começaram pecando demais no toque final - e, quando acertavam, paravam na atuação do goleiro Barovero. O Atletico apostou principalmente nas jogadas pelas laterais, com Cardona e Berrio, e foi a dupla segundo que, enfim, acertou: golaço pela direita após Cardona achar Berrio na velocidade; ele passou nas costas da defesa do River e, aos 35 minutos, bateu cruzado para abrir o placar. Pouco depois, a jogada se repetiu, e Barovero foi chamado ao trabalho mais uma vez.

Só que o jogo mudou na segunda etapa. O Atletico seguiu com as melhores chances, mas o River percebeu que, se não tentasse ao menos atacar, perderia de uma placar quase irreversível. Enquanto Barovero seguia salvando, Pisculichi passou a aparecer na frente. Até que, aos 22 minutos, arriscou de muito longe. A bola quicou na frente do goleiro Armani e entrou. Foi a deixa para o River jogar no contra-ataque. O jogo abriu, lances perigosos foram criados por ambas as equipes, mas o empate permaneceu. A final da Sul-Americana segue indefinida com 90 minutos faltantes.

O melhor

Cardona -  -
Cardona (foto) foi o principal armador do Atletico durante todo o jogo. Se a jogada dos colombianos levava perigo, era porque em algum momento havia passado por seus pés. Seus lançamentos, passes em profundidade e cruzamentos foram precisos e Berrio fez a festa na zaga do River ao receber seus passes. A vitória só não ocorreu por outros dois que merecem ser lembrados: Barovero e Pisculichi. O goleiro do River foi testado o jogo todo e só foi batido em lance em que não havia como salvar; já o meia acordou na segunda etapa e, além de marcar o gol do empate, produziu ótimas chances desperdiçadas pro seus companheiros.

O pior
Se Cardona achava espaços pela esquerda a todo momento, é porque o responsável pela marcação no setor do River falhava. Vangioni viu Berrio passear o jogo todo em suas costas e nada fez para pará-lo. Só faltou a pontaria dos colombianos ser melhor para que Vangioni fosse  culpado pela primeira derrota do River no torneio.

Para lembrar
A festa feita pela torcida do Atletico Nacional no estádio Atanasio Girardot incluiu sinalizadores e muito papel jogado no gramado antes do início da final. Festa essa que, no Brasil, seria proibida...

atl nacional -  -

A decisão da Copa Sul-Americana é a 13ª da história do River Plate. Assim, fica muito atrás de dois rivais: o Boca Juniors já disputou 24, enquanto o Independiente 25.

O Atletico Nacional possui um título sul-americano: a Copa Libertadores de 1989, com o lendário goleiro Higuita como titular.