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Com fracassos e dois vices no ano, Fla tem cenário de incerteza para 2018

Rodrigo Caetano, Mozer, Fred Luz e o presidente Bandeira de Mello: incógnita para 2018 - Gilvan de Souza/ Flamengo
Rodrigo Caetano, Mozer, Fred Luz e o presidente Bandeira de Mello: incógnita para 2018 Imagem: Gilvan de Souza/ Flamengo

Leo Burlá, Pedro Ivo Almeida e Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

14/12/2017 04h00

O empate por 1 a 1 com o Independiente-ARG fez o Flamengo amargar o vice-campeonato da Copa Sul-Americana. O segundo em 2017. O Rubro-negro também perdeu a decisão da Copa do Brasil para o Cruzeiro e teve uma campanha irregular durante todo o Campeonato Brasileiro, apesar de ter conquistado a vaga na fase de grupos da Copa Libertadores de 2018.

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O ano foi recheado de fracassos para o clube com um dos maiores investimentos do Brasil no departamento de futebol. A eliminação ainda na primeira fase da Libertadores foi a principal decepção. O título invicto do Campeonato Carioca não teve peso para amenizar a frustração. É fato que se esperava muito mais de um Flamengo estrelado, mas que chegou ao momento decisivo da temporada dependente do talento dos jovens da base.

Em cima dos resultados ruins, o Rubro-negro vive um cenário de absoluta incerteza para 2018 no futebol e também no comando do clube. O certo é que mudanças ocorrerão. Jogadores como Alex Muralha, Rafael Vaz, Márcio Araújo, Gabriel e Mancuello não possuem mais clima para permanecer na Gávea. O goleiro e o argentino, inclusive, já buscam novos clubes através dos seus representantes.

Ainda não é possível confirmar todas as saídas, mas a tendência é a de que os renegados também sejam responsáveis pela continuidade (ou não) de vice-presidentes na gestão Eduardo Bandeira de Mello. Dois deles entregaram os cargos recentemente e existe a promessa de uma debandada caso as mudanças exigidas no futebol não sejam atendidas pelo mandatário.

Nos corredores da Gávea, a informação é a de que pelo mais dois VPs estão com as saídas engatilhadas e pretendem manifestá-las assim que o futuro do futebol rubro-negro se desenhar. Bandeira de Mello tenta contornar as insatisfações e confia que terá a unidade necessária para governar.

Já no comando do futebol, a incógnita está presente. Apesar de algumas entrevistas de dirigentes bancando as permanências do técnico Reinaldo Rueda e do diretor Rodrigo Caetano, a realidade é a de que o cenário ainda não está perfeitamente desenhado. O treinador é constante alvo do mercado internacional e jamais foi tratado como unanimidade pela cúpula do clube, apesar de ser avaliado com mais pontos positivos do que negativos.

Rodrigo Caetano é visto como o “melhor negociador do Brasil” por quem vive o dia a dia do Flamengo. Só que a falta de resultados de expressão o desgastou no clube e com a torcida. Ele recebe sondagens, mas sempre cumpre os contratos. Em conversas com alguns jogadores, o executivo se mostrou desanimado após mais um vice-campeonato, como se imaginasse sendo o escolhido para “pagar a conta” pelo ano ruim.

Se permanecer no clube com o qual tem contrato até dezembro de 2018, Caetano já iniciará a próxima temporada pressionado. Não só ele, mas todo o Flamengo. Outro que está em situação delicada é o gerente de futebol Mozer, já tratado por muitos como fora dos planos.

É inegável que o 2017 do Flamengo não funcionou. Só que a cota de erros aparentemente terminou, tal qual a paciência da torcida. É neste cenário que o clube tenta se reerguer e projetar a próxima temporada.