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Espanhol - 2019

Por que Real x Barça pode, com Suárez, virar o clássico das pancadas

Do UOL, em São Paulo

25/10/2014 06h00

Real Madrid e Barcelona é o clássico das estrelas, mas também pode ser o das pancadas, provocações, agressões e empurra-empurra. Neste sábado, às 14h (com acompanhamento ao vivo do Placar UOL Esporte), os dois rivais históricos se encontram pela primeira vez na temporada, em um jogo cercado de expectativa. Com Luis Suárez em campo, fazendo sua estreia pelo time catalão, o potencial explosivo do duelo só aumenta.

Desde o início da era Guardiola, em 2009, o clássico entre Real Madrid e Barcelona esquentou além da conta. A hegemonia criada pelos dois times, a reunião dos melhores jogadores do mundo e os encontros em momentos decisivos deram ares ainda maiores a um jogo que tradicionalmente já atrai expectativa. Só que muitas vezes os personagens passaram dos limites.

Pepe, Busquets e Sergio Ramos se tornaram figurinhas carimbadas, com bate-bocas históricos, expulsões e agressões. Desavenças tão sérias que ameaçaram a paz da seleção espanhola há dois anos, quando a rivalidade estava no auge com os enfrentamentos seguidos nos tempos de José Mourinho e Pep Guardiola.

Não foram poucas as vezes que companheiros de Espanha agiram como inimigos inconciliáveis. Sergio Ramos, certa vez, distribuiu empurrões no rosto em Puyol e Xavi em um intervalo de segundos, logo depois de ter chutado Lionel Messi de forma descontrolada. Em outra ocasião, Valdes perdeu a cabeça com um empurrão de Cristiano Ronaldo em Guardiola e foi contido com muito custo por Iker Casillas.

Era demais para um time que já convive naturalmente em conflito, representando um país dividido entre Madri, Barcelona e outras regiões autônomas como o país basco. A unidade da seleção, que garantiu à Fúria a Euro de 2008 e a Copa de 2010, só foi mantida por iniciativa de Casillas e Xavi, que se reuniram com o técnico Vicente del Bosque e Puyol às vésperas da Euro de 2012 e passaram tudo a limpo.

“Era lamentável. Havia muita tensão, cada um olhava o seu lado, mas naquela hora todos deram as mãos. Nós estávamos defendendo o nosso treinador. Falei com eles, dissemos tudo. Eles acusavam companheiros que excediam o terreno de jogo e eu disse a eles que protestavam demais com os árbitros”, disse Casillas, há poucos meses, dando mais detalhes da conversa.

De lá para cá, é verdade, muita coisa mudou. Depois de uma briga intensa no fim da passagem de Mourinho pelo Real, é difícil imaginar o goleiro defendendo o português com tanta ênfase, assim como não deve ser fácil enxerga-lo tão alinhado com Sergio Ramos, com quem ele teria rompido há algum tempo, segundo a imprensa espanhola.

Na hora de um Real e Barça, porém, há um reagrupamento, e neste sábado os velhos brigões terão um belo reforço. Luis Suárez, sempre é bom lembrar, estreará com atraso justamente por uma confusão em campo, a mordida que deu em Chiellini durante a Copa, sua terceira na carreira.

Até chegar ao Superclássico, o polêmico uruguaio já foi acusado de abusar de simulações, violência em excesso e racismo. Um currículo e tanto para acrescentar ao clássico das estrelas.