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Carioca - 2019

Presidente do Flu falta a arbitral que propôs mudanças no criticado Carioca

Peter Siemsen, presidente do Fluminense, não compareceu ao arbitral na Ferj - Agência Photocamera
Peter Siemsen, presidente do Fluminense, não compareceu ao arbitral na Ferj Imagem: Agência Photocamera

Caio Barbosa

Do UOL, no Rio de Janeiro

27/03/2012 20h10

Principal crítico do modelo de disputa do Campeonato Carioca, o presidente do Fluminense, Peter Siemsen, curiosamente, foi o único ausente do Arbitral da Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) que abriu a discussão para as mudanças na fórmula atual, com 16 clubes. Patrícia Amorim, Maurício Assumpção e Roberto Dinamite compareceram à reunião. Peter Siemsen preferiu enviar um representante, o advogado Mário Bittencourt.

O presidente da Ferj, Rubens Lopes, iniciou a reunião informando aos clubes que encomendou uma pesquisa qualitativa para os clubes possam compreender melhor a razão pela qual os torcedores não têm comparecido em grande número aos estádios. Dez questões serão avaliadas pelos torcedores: segurança, horário das partidas, violência, acesso aos estádios, transmissão dos jogos ao vivo, preço dos ingressos, número de clubes participantes, fórmula de disputa, descaso dos clubes grandes e proibição da venda de cerveja.

“O Campeonato Carioca tem audiência. Basta ver os números crescentes das vendas de pay-per-view. O espectador não é só aquele que está no estádio, mas em casa, no bar. Queremos, no entanto, procurar colocar mais gente no estádio. Será que o motivo é a quantidade de clubes? Ou temos vários outros problemas? Precisamos abrir a discussão para melhorar o campeonato que é o mais atraente do país para a televisão. Queremos melhorar, mas não pode ser apenas no achômetro, no eu acho isso, você acha aquilo”, disse Rubens Lopes.

O representante tricolor não se contemplou com parte das explicações e propôs não apenas uma pesquisa como também a contratação de uma empresa que possa valorar a marca do Campeonato Carioca para que os clubes possam renegociar os contratos com as emissoras de TV.

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    Assumpção disse que o mais importante é tornar o Carioca atraente e não o número de participantes

“Poderíamos contratar, por exemplo, a Nine, do Ronaldo, para saber quanto vale o campeonato e mostrar para a Globo. Não pode estar excelente. Basta ligar a televisão e ver o público. O campeonato pode até ser atraente para a televisão, mas para o público não é. O Fluminense defende a redução escalonada do número de clubes participantes” disse Mário Bittencourt.

O presidente do Madureira, Elias Duba, com o apoio dos demais clubes, ironizou a proposta tricolor acusando a atual direção do clube de desconhecer o motivo pelo qual o modelo atual conta com 16 participantes.

“Estou no Madureira há 20 anos e já estive com vários presidentes do Flamengo, três do Vasco e alguns do Fluminense. Sempre quem entra quer mudar alguma coisa. Já disputamos o Carioca de várias formas, com 12, com 10 clubes. Se hoje está com 16 é por exigência dos grandes clubes, que não estavam conseguindo chegar às semifinais da Taça Guanabara e da Taça Rio quando havia 12 clubes. O Fluminense, por exemplo, não se classificaria ou seria campeão da Taça Guanabara, de novo, se houvesse 12 clubes”, disse Duba.

 O presidente do Botafogo não entrou em atrito, preferindo alimentar o debate em torno do tema proposto, que é a qualificação da competição. Maurício Assumpção sugeriu que nas semifinais o clube que terminar em primeiro lugar fique com a vantagem do empate. E que invertam os turnos. Na Taça Guanabara, um grupo enfrentaria o outro. E na Taça Rio jogariam entre si.

“Dizer que já usamos todas as fórmulas e que esta é a ideal não me satisfaz. Precisamos de novas receitas, apostar em diferenciais. Pode ser até com 20 clubes. O que importa é fazer um campeonato melhor. Eu até gosto da fórmula atual. Temos é que levar mais público, produzir mais receita. Em janeiro, o Rio está cheio de turistas e os cariocas estão viajando. Por que não atraímos estes turistas aos estádios?” questionou.

O Engenhão, constante alvo de críticas por parte dos torcedores pelo difícil acesso, também está na pauta do presidente alvinegro.

“Meu estádio tem problemas e estamos discutindo com o Poder Público como melhorar o acesso. Mas é viável. Se é possível colocar 40 mil pessoas numa segunda-feira para assistir ao Paul Mc Cartney, se o bonitinho da Zona Sul entra dentro do trem para ver o Paul, tem solução” disse Assumpção.