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Carioca - 2019

Botafogo e Vasco duelam na final para empurrar rótulo de 'freguês' ao rival

Botafogo e Vasco disputam final da Taça Rio e o título de carrasco do rival - Marcelo Jesus/UOL
Botafogo e Vasco disputam final da Taça Rio e o título de carrasco do rival Imagem: Marcelo Jesus/UOL

Bernardo Gentile e Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

28/04/2012 06h00

O histórico entre Botafogo e Vasco apresenta um paradoxo que torna este clássico ainda mais especial. Em números gerais, o Gigante da Colina tem ampla superioridade contra o Glorioso: em 320 jogos, os vascaínos conquistaram 140 vitórias contra 84 dos alvinegros e 96 empates. Entretanto, quando o assunto é decisão, o time de General Severiano passa por cima desses números e apresenta uma verdadeira goleada: seis títulos em sete finais entre os clubes. Neste cenário, as equipes voltam a se enfrentar neste domingo, às 16h, no Engenhão, para decidir o campeão da Taça Rio e quem é o verdadeiro ‘freguês’.

'DONOS DO TIME', LOCO E JUNINHO USAM STATUS PARA VOLTAR A COMANDAR TIMES

  • Ídolos incontestáveis de Botafogo e Vasco, Loco Abreu e Juninho estão sempre com a sintonia alinhada junto ao torcedor. Mesmo quando a fase não é das melhores e os questionamentos internos tomam força, ambos usam o status nos clubes para dar a volta por cima. Panorama que pode se repetir em mais um ato capital para suas carreiras e as equipes na decisão da Taça Rio, domingo, às 16h, no Engenhão.

Com a proximidade de mais uma final contra o rival, os botafoguenses se enchem de expectativa e deverão lotar as arquibancadas do Engenhão. O técnico Oswaldo de Oliveira, no entanto, preferiu minimizar essa ‘vantagem’ alvinegra em decisões e utilizou o próprio clube para exemplificar que tudo pode ocorrer em uma partida de futebol.

“A história é outra. Eu me lembro bem que o Botafogo não ganhava há 21 anos e venceu o Flamengo com um gol do Maurício. Tomara que não acabe no domingo, mas pode acabar. Não é por causa da história, da tradição, da superstição. Não é por estes elementos, que estão na órbita, mas não no núcleo. Vamos jogar e ver o que acontece”, disse.

Desde a inauguração do Engenhão, em 2007, o Glorioso ainda não teve a oportunidade de jogar uma final em seu estádio. Por outro lado, Fluminense e Flamengo já deram a volta olímpica na casa alvinegra. Até mesmo o Vasco, que manda suas partidas em São Januário, já disputou duas decisões no Estádio Olímpico João Havelange, ficando na segunda colocação em duas oportunidades.

Pelo outro lado, o Vasco quer apagar a imagem de ‘vice’, além de colocar um fim a este tabu de ter vencido apenas uma vez o Botafogo em finais. No clube desde o início de 2011, Alecsandro seguiu a mesma linha do comandante alvinegro, apesar de estarem em lados opostos, e afirmou que o Gigante da Colina está pronto para enfrentar qualquer adversário.

“Desde quando entrei aqui buscamos finais. É mais uma decisão e tem toda uma história envolvida. Espero que possamos vencer. O que passou, passou... O Vasco vai lutar para conquistar o título e quebrar mais um tabu”, afirmou.

CONFIRA O HISTÓRICO DE DECISÕES DO CLÁSSICO ENTRE BOTAFOGO E VASCO

A primeira final entre as duas equipes, em 1948, foi uma das mais badaladas. O Vasco tinha Ademir Menezes (foto) e Ipojucan, no time que ficou conhecido como Expresso da Vitória, por conta do título sul-americano daquele ano. No entanto, foi o Botafogo, comandado por Zezé Moreira, que levantou o título carioca, em General Severiano, ao derrotar o rival por 3 a 1, com todos os gols alvinegros (Paraguaio, Braguinha e Otávio; e Ávila contra).
Em 1951, as equipes voltaram a se enfrentar em uma decisão, no Torneio Municipal do Rio de Janeiro. Nova vitória alvinegra. O time comandado pelo ex-jogador do clube, Carvalho Leite (foto), venceu por 3 a 0, com gols Geraldo, Baduca e Dino.
Agora como técnico do Vasco, Zezé Moreira levantou sua segunda taça no confronto. Em 1965, o Vasco venceu o Botafogo, por 2 a 0, na final da Taça Guanabara, com gols de Odair e Paulistinha (contra). Esta foi a única final entre as equipes que Garrincha (foto), já de saída para o Corinthians, disputou.
Em 1968, o Botafogo encontrou o Vasco novamente na final e, em um público de mais de 140 mil pessoas no Maracanã, o time alvinegro goleou o Vasco por 4 a 0, com gols de Roberto, Rogério, Jairzinho (foto) e Gérson. A competição era a antiga Taça Brasil, equivalente ao Campeão Brasileiro.
Em 1990, o confronto voltou a decidir um título após 22 anos. O Botafogo venceu por 1 a 0, gol de Carlos Alberto Dias (foto) e se sagrou campeão. No entanto, o Vasco havia vencido a Taça Guanabara e o Fluminense, a Taça Rio. O Bota fez a melhor campanha e, pelo regulamento, esperaria o vencedor do confronto entre Vasco e Flu, vencido pelo cruzmaltino por 1 a 0. Na final, o Vasco considerou que os dois pontos conquistados diante do tricolor computaria para a final e exigiu uma prorrogação. Como o Bota levantou a taça e se recusou a disputar o tempo extra, o Vasco considerou abandono de jogo, pegou uma caravela de papel levada por um torcedor e deu a volta olímpica. A Federação do Rio deu razão ao Botafogo.
Em 1997, Botafogo e Vasco disputaram a final em dois jogos. No primeiro deles, o Vasco venceu por 1 a 0, com gol de Ramon, em partida marcada pela dança de Edmundo na frente de Gonçalves. Na partida de volta, Dimba (foto), o 12º jogador alvinegro, entrou no segundo tempo e fez o gol da vitória. O time alvinegro dançou a "Dança da Bundinha" para comemorar mais título.
Por fim, em 2010, os times fizeram sua última final. O Vasco vinha atropelando no campeonato e venceu o próprio Botafogo por 6 a 0, na primeira fase, chegando à final como favorito ao título. O dia, porém, era mais uma vez do Botafogo. Com gols de Fábio Ferreira e Loco Abreu (foto), o alvinegro levantou seu sexto título contra o rival de São Januário.