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Carioca - 2019

Ibson vence 'guerra fria' com diretoria do Fla e ganha status de intocável em 2013

Meia Ibson desabafa após marcar um gol pelo Flamengo no Campeonato Carioca 2013 - Alexandre Loureiro/VIPCOMM
Meia Ibson desabafa após marcar um gol pelo Flamengo no Campeonato Carioca 2013 Imagem: Alexandre Loureiro/VIPCOMM

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

08/02/2013 06h07

Ibson nunca abandonou o inferno e chegou ao céu de maneira tão rápida. Em pouco menos de um mês, o jogador do Flamengo venceu uma guerra fria com a diretoria, provou seu valor dentro de campo, deixou o status de jogador negociável para trás e se tornou intocável no esquema do técnico Dorival Júnior para a sequência da temporada.

A briga começou no meio de janeiro, quando o diretor Paulo Pelaipe afirmou que pretendia cortar alguns jogadores com alto custo-benefício e colocou o meia à disposição no mercado. Ibson não se conformou e “partiu para o confronto”. Seus ataques, porém, vieram dentro de campo.

Com boas atuações e um desabafo calculado após marcar um gol contra o Madureira, o camisa 7 virou o jogo e deixou o dirigente-desafeto em maus lençóis. Sem argumentos, Pelaipe se viu de mãos atadas e percebeu que o “tiro” de negociar um dos destaques do time no início de 2013 poderia sair pela culatra.

Mas o cartola não desistiu. E Ibson não aguentou. Mesmo diante dos fatos que davam razão ao jogador, o diretor insistiu em negociá-lo. Na última semana, a informação de uma negociação com o Palmeiras sem que o camisa 7 soubesse foi o estopim para que a guerra esquentasse ainda mais nos bastidores.

Ibson se irritou e ameaçou abandonar a concentração na véspera do clássico contra o Vasco, situação que acabou contornada. “Não quero lembrar disso. Me preocupo apenas em jogar futebol, evito estes assuntos”, disse o jogador.

Foi aí que o técnico Dorival Júnior entrou na história. O comandante do time comprou a briga de seu jogador e afirmou que não pretendia ver Ibson longe do clube.

“Eu, como treinador, já falei que é o ano de recuperação dele. Ele vai continuar aqui. Está tendo tranquilidade para trabalhar e vai crescer muito. Preciso muito dele no meu time. É um excelente jogador e não vai sair", disse o treinador.

Tranquilo após brigas nos bastidores, Ibson não esconde dos mais próximos o sentimento de vitória e agora reforça o discurso “paz e amor” para esquecer o conturbado início de 2013 fora de campo.

“Amo essa torcida e, graças a Deus, as coisas estão se encaixando. Fiz uma excelente pré-temporada, trabalhei nas férias e só quero trabalhar bem. Agradeço ao Dorival e não quero pensar em outras coisas. Só fico satisfeito que a torcida está me apoiando e feliz que aprendi a amar essa camisa ainda mais. Só posso falar que vou sempre honrar este clube”, completou o jogador.