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Carioca - 2019

Botafogo vive 'guerra fria' com federação do Rio e teme por retaliação

Ferj e Botafogo alegam boa relação, mas briga nos bastidores é intensa - Pedro Ponzoni/UOL Esporte e Bernardo Gentile/UOL Esporte
Ferj e Botafogo alegam boa relação, mas briga nos bastidores é intensa Imagem: Pedro Ponzoni/UOL Esporte e Bernardo Gentile/UOL Esporte

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

14/03/2013 06h07

A relação da Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro) com o Botafogo não é boa. Pelo contrário. A entidade e o clube vivem uma espécie de ‘guerra fria’, embora ambos os lados reiterem a boa convivência. Atualmente, a realidade é bem diferente. Dirigentes alvinegros, inclusive, revelam temor com uma possível retaliação por conta do desgaste na afinidade.

Por outro lado, a federação não concorda com algumas posições do clube, o que gerou uma reunião entre os presidentes do Botafogo, Maurício Assumpção, e da Ferj, Rubens Lopes, antes da final da Taça Guanabara contra o Vasco, no Engenhão. O assunto girou em torno das críticas feitas pelo clube sobre o alto custo das taxas cobradas pela entidade - 10% da bilheteria - para a realização de uma partida.

BOTA E FERJ SE DESENTENDEM E FESTA DO TÍTULO É MARCADA POR BRIGA

Além do alto custo com as taxas, o valor determinado pelo Botafogo para os ingressos vai na direção oposta do número sugerido pela Ferj. O Alvinegro tem como objetivo valorizar seu programa de sócios-torcedores e estabeleceu a entrada mais cara do que o normal. A federação não concorda com a atitude e isso deu início a um desgaste entre as partes. A 'guerra fria' ficou evidente na festa de comemoração da conquista da Taça Guanabara, no último domingo.

Funcionários da Ferj impediram o presidente Maurício Assumpção e alguns atletas do Botafogo de entrarem no gramado. O grupo se revoltou e decidiu pela invasão à força.  A confusão se instalou. Rubens Lopes abandonou o campo e se recusou a entregar a taça para a equipe alvinegra. A festa ocorreu sem a presença do dirigente, o que representou uma quebra de protocolo.

“A relação do Botafogo com a Ferj é limpa. O que ocorreu [confusão] foi algo pontual. Um mal entendido simples. Foi um problema e que já foi superado, algo de logística. Não concordamos em todos o assunto, mas isso não é motivo. O Botafogo não tem nenhum problema com a federação. Somos tratados com dignidade. Discordamos em algumas coisas, mas nada demais ou que estrague a boa relação”, alega o diretor executivo do Botafogo, Sérgio Landau, ao UOL Esporte.

Quem também ratificou a boa relação foi Rubens Lopes. O presidente da Ferj se recusou a falar sobre o temor do Botafogo sofrer uma possível retaliação e disse que isso é uma bobagem. O mandatário foi evasivo e disse que a federação tem grande afinidade com todos os clubes, inclusive o Alvinegro.

“A relação com todos os clubes do Rio é ótima. O que aconteceu com o Botafogo foi um desentendimento criado pela euforia de pessoas que queriam comemorar. Ficou uma bagunça descontrolada e eu, como presidente da federação, me recusei a entregar o troféu. O restante é uma bobagem sem cabimento. Nem vou comentar”, afirmou

Após conquistar a Taça Guanabara, o Botafogo garantiu presença na final do Campeonato Carioca. Porém, caso conquiste a Taça Rio, o Alvinegro levará o título estadual sem a necessidade de disputar a final. O Glorioso inicia sua luta pelo segundo turno neste sábado, ás 18h30, quando medirá forças com o Quissamã, no Engenhão.