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Carioca - 2019

Organizada do Fla invade vestiário e agride jogadores do Macaé

Divulgação
Imagem: Divulgação

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

31/01/2015 19h12

Torcedores de uma torcida organizada do Flamengo invadiram o vestiário do Macaé, adversário do Rubro-negro na estreia do Campeonato Carioca, e agrediram alguns jogadores da equipe. O goleiro Ricardo Berna fugiu do local em direção ao gramado do Moacyrzão e foi visto com a boca ensanguentada. A informação foi divulgada primeiramente pela Rádio Tupi e confirmada pela Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro).

"Agora esta tudo tranquilo. Tudo foi resolvido. O que ocorreu é que apenas um funcionário tomava conta de uma porta e esse acesso foi invadido por um grupo de torcedores. Entre 15 e 20 invadiram o vestiário, roubaram frutas, chuteiras e deram um soco no goleiro, que foi atendido e está no aquecimento. Vamos passar para a polícia para identificar esses infratores", disse o diretor de competições da Ferj.

Visivelmente abalado, Ricardo Berna pediu punição severa aos vândalos:

"Vamos para campo respeitar os 95% que vieram para assistir o espetáculo. Agora, que fique na consciência dos governantes, da CBF, que está uma vergonha o futebol brasileiro. Que isso fique de exemplo para se ter uma punição severa. Tem que se respeitar a opinião também do 'Bom Senso', os jogadores que estão querendo falar com vocês (CBF) e não estão sendo ouvidos. Está tendo uma manobra política muito grande para que não sejam ouvidos. Que se escute os jogadores, árbitros e treinadores", declarou o goleiro, afirmando que os envolvidos fazer parte de uma organizada rubro-negra:

"Que se tenha uma punição pesada para essas pessoas. Foi uma torcida organizada do Flamengo". 

O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, foi pego de surpresa com a informação, mas adotou discurso firme contra os "bandidos", como ele definiu os invasores. Para o dirigente, o clima tenso vivido nos bastidores não pode servir como desculpa.

"Acho estranho isso. Como eles entraram? Isso depende da segurança do Macaé. Se houve essa agressão, é claro que houve uma falha. Um grupo de bandidos  invade o vestiário. Esperamos que estejam presos, encarcerados", disse Eduardo bandeira de Mello à rádio Tupi.

"Claro que não se pode confundir as coisas. Não pode ter clima beligerante por causa de briga de dirigentes. Não são torcedores, mas bandidos. Nada mais fácil prender esses bandidos. Eu repudio qualquer tipo de agressão. Fui agredido verbalmente e deixei a reunião. Óbvio que essa invasão é algo feito por bandidos", completou Bandeira de Mello.

A partida será disputada normalmente, mas sofrerá um atraso de dez minutos. O Macaé pensou em abandonar o duelo por conta da invasão, mas voltou atrás da decisão. Ricardo Berna, que levou um soco no queixo, aqueceu no gramado com um grande curativo.

Técnico do Macaé culpa Luxemburgo por invasão

Ainda revoltado com a invasão, o técnico do Macaé, Josué Teixeira, achou um culpado inusitado para a invasão: Vanderlei Luxemburgo, que reclamou de não ter podido treinar no Moacyrzão na véspera e ser obrigado a improvisar com exercícios na praia. Segundo o comandante do Alvinanil, o treinador do Rubro-negro precisa ter mais cuidado.

"O responsável disso tudo é o Vanderlei, que deu declarações irresponsáveis contra a cidade de Macaé e criou esse clima. Não é porque ele é o Vanderlei Luxemburgo que pode falar o que quiser. Não pode acontecer isso, deve ter responsabilidade com o que fala", disparou Teixeira.

Na ocasião, Luxemburgo levantou a hipótese da cidade estar contra o Flamengo:

" Não tem como discutir uma coisa sem envolver todo mundo. O que posso falar é que estamos indo a Macaé e existe até na Libertadores a obrigação de reconhecer o gramado. Queremos treinar em Macaé e fomos proibidos. É coirmão. Parece que a cidade está contra o Flamengo. Não há lugar para treinar".