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Carioca - 2019

Fla acusa desleixo da federação em invasão ao vestiário e entidade rebate

Presidente Eduardo Bandeira de Mello tem mantido um embate com Rubens Lopes, presidente da Ferj - Alexandre Vidal/Fla Imagem
Presidente Eduardo Bandeira de Mello tem mantido um embate com Rubens Lopes, presidente da Ferj Imagem: Alexandre Vidal/Fla Imagem

Do UOL, no Rio de Janeiro

01/02/2015 16h50

A troca de farpas entre Flamengo e a Federação de Futebol do Rio de Janeiro teve mais um embate neste domingo. Após a invasão de torcedores rubro-negros ao vestiário do Macaé na partida deste sábado, no Estádio Moacyrzão, que culminou na agressão ao goleiro Ricardo Berna, o clube emitiu uma nota oficial onde culpou a entidade pela falta de segurança do local, considerando um “desleixo”. A Ferj, por sua vez, não deixou barato e respondeu alegando que a equipe da Gávea tem usado a mídia para incitar sua torcida.

Os dois posicionamentos foram emitidos por meio de notas oficiais. Este é mais um capítulo na polêmica instaurada entre eles. Durante a semana, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, alegou ter sido xingado pelo presidente da federação, Rubens Lopes, no arbitral realizado para debater o Campeonato Carioca de 2016.

Bandeira promete acionar a Justiça Comum tanto para defender os interesses do Rubro-Negro quanto os seus, já que se sentiu moralmente ofendido.

Confira abaixo a nota oficial do Flamengo e da Ferj:

Flamengo
"O Clube de Regatas do Flamengo repudia, combate e desencoraja qualquer tipo de violência física ou verbal e exige a total apuração dos fatos lamentáveis ocorridos no estádio Moacyrzão, neste sábado (31.01).
O que nos causa maior estranheza neste evento é o fato de que, depois de um Campeonato Brasileiro sem nenhum incidente envolvendo a torcida do Flamengo, ele tenha ocorrido logo no primeiro jogo do Campeonato Carioca, justamente quando nos posicionamos contra a postura ditatorial da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro e de termos nosso presidente ofendido publicamente pelo principal dirigente da entidade.

Estranhamos também o fato de a organização do jogo, segundo testemunho de representante da FERJ, ter designado apenas um profissional para cuidar da segurança de um portão de entrada aos vestiários, em partida com lotação máxima. Isto prova, no mínimo, desleixo de quem tinha como obrigação garantir a segurança necessária para o espetáculo.

O resultado desta falha na segurança desencadeou a divulgada confusão causada por pessoas que não representam a torcida rubro-negra e para a qual o Flamengo absolutamente não contribuiu. Reiteramos que o Flamengo não mantém qualquer relação comercial, de patrocínio ou apadrinhamento, com nenhuma torcida organizada e se coloca à inteira disposição das autoridades para colaborar para o total esclarecimento do incidente e identificação de seus responsáveis".

Ferj

"A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro vem a público manifestar-se a respeito da nota oficial publicada pelo Conselho Diretor do Flamengo, onde finalmente fica claro o real objetivo da sua atual administração que, utilizando-se do grande prestígio e da credibilidade da instituição Flamengo, transforma uma iniciativa benéfica para todos os torcedores cariocas em um jogo político e de poder, sem se preocupar com os malefícios ao futebol como um todo.
A atual administração do Flamengo utiliza-se da mídia para incitar a torcida contra decisão legítima, estabelecida em processo democrático do qual sempre participou acatando suas decisões, em grande parte, benéficas ao próprio Flamengo.
Busca essa administração, na pessoa de seu Presidente Eduardo Bandeira de Mello, através da importância e da repercussão de tudo que envolve a instituição Flamengo, tanto pela sua gloriosa história quanto pelo sua imensa torcida, induzir a erro a sociedade, posicionando-se como vítima quando na verdade lidera um movimento antidemocrático, contrário aos interesses do público, já que objetiva impedir a redução de preços e restringir o acesso do torcedor aos estádios durante o Campeonato Carioca, um campeonato de cunho popular.
Com inverdades e manipulação de fatos imputa esta decisão a uma pretensa “ditadura” da FFERJ, quando na verdade a decisão partiu de um sistema democrático que envolve todos os clubes objetivando, exclusivamente, trazer de volta o torcedor aos estádios.
A Federação de Futebol do Rio de Janeiro repudia veementemente todo o conteúdo da nota expedida pelo Conselho Diretor do Flamengo, teor este ofensivo ao seu Presidente, Rubens Lopes da Costa Filho, o qual vem sendo, insistentemente, o alvo de Fluminense e Flamengo por uma decisão tomada exclusivamente pelos clubes.
Tornar a pessoa do Presidente da FFERJ o alvo dessa discussão demonstra o verdadeiro objetivo das atuais administrações de Flamengo e Fluminense: utilizar-se do peso das instituições que representam em prol da ganância e sede de poder, nem que para isso tenham que prejudicar o Futebol Carioca como um todo.
A História nos mostra que uma inverdade propagada exaustivamente se torna verdade para aqueles que não têm acesso aos fatos reais ou não consideram as entrelinhas.
A mentira, o complô, a distorção, a intriga e a ofensa ao homem de bem são as armas dos ímpios quando buscam concretizar seus planos de poder a qualquer custo, porém, a defesa da honra, é uma prerrogativa que será exercida por esta Instituição e seu Presidente, utilizando-se de todas as instâncias legais necessárias, já que nunca nos acovardamos com intimidações, ameaças ou ataques de quem quer que seja.
O Clube de Regatas do Flamengo e o Fluminense Futebol Club, assim como seus torcedores, não são instituições do futebol carioca, mas sim instituições nacionais muito maiores que suas atuais administrações.
A Federação de Futebol do Rio de Janeiro sempre se posicionou pelo diálogo entre Flamengo, Fluminense e demais clubes, já que também não tem o poder de impor outra medida diferente daquela decidida democraticamente, porém, desde o princípio, tanto Flamengo e Fluminense, através de notas à imprensa, deixaram claro sua posição de atacar a Federação e a pessoa de seu Presidente, imputando-lhe uma culpa que não lhe cabe.
Nem o respeito por aqueles que pereceram na luta pelo fim da ditadura em nosso País impediu a direção do Fluminense de covardemente ofender as suas memórias, comparando a decisão dos clubes quanto a um campeonato de futebol, com um dos períodos mais negros de nossa história.
A lamentável atitude das atuais administrações de Flamengo e Fluminense não condiz com a gloriosa história das instituições que representam, e é em respeito a esta história que a FFERJ, através de seu Presidente Rubens Lopes da Costa Filho, continua aberta ao diálogo e a promover iniciativas que possam, novamente, trazer a paz ao futebol do nosso Estado".