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Carioca - 2019

Malandragem x filosofia: Luxa e René usam atributos para reafirmar carreira

Vanderlei Luxemburgo e René Simões: técnicos estrelas de Flamengo e Botafogo - Montagem/UOL Esporte
Vanderlei Luxemburgo e René Simões: técnicos estrelas de Flamengo e Botafogo Imagem: Montagem/UOL Esporte

Do UOL, no Rio de Janeiro

27/02/2015 06h10

Os currículos de René Simões e Vanderlei Luxemburgo são completamente diferentes em torno das conquistas. Enquanto o técnico do Flamengo coleciona importantes títulos, com passagens por Real Madrid e seleção brasileira, o do Botafogo teve o ápice ao classificar a Jamaica para Copa do Mundo de 1998, além de faturar o vice-campeonato nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, com a seleção brasileira feminina. Os dois, no entanto, têm uma coisa em comum: buscam reafirmar a carreira.

O caso mais claro é o de René Simões, que havia até mesmo mudado de função e deixou de ser técnico para virar diretor de futebol do Vasco, em 2013. Após fracassar no Cruzmaltino, ele decidiu voltar a treinar e estava sem tantas opções até ser contratado pelo Botafogo. O comandante do Alvinegro usa o lado filósofo para dar nova guinada na carreira.

Culto, o botafoguense tem um perfil diferente dos demais treinadores. Tanto que quando comandava o Atlético-GO, em 2010, não gostou de uma atitude de Neymar, com o então treinador do Santos, Dorival Júnior - o jogador xingou o técnico ao determinar que Marcel cobrasse um pênalti. René Simões decidiu dar uma lição no craque brasileiro e disse a famosa frase: "Estamos criando um monstro".

No Vasco, René utilizou uma vitória de Jon Jones sobre Vítor Belfort no UFC para motivar os jogadores: "Nós somos o Jon Jones do futebol brasileiro. Podem pegar o nosso braço e esticar. Não batemos e vencemos a luta. Isso é o Vasco", disse em uma conversa de vestiário com os atletas.

No Botafogo, ele já arrancou risadas dos jornalistas ao comparar o grupo com uma família de Quero-quero. "Admiro muito o Quero-quero, que tem uma filosofia de vida incrível. Ele mata e morre pelo filho, mas quando o filho cresce ele manda embora. É meio francês, não é como nós brasileiros, que muitas vezes temos filhos de 30 anos morando com a gente", comentou o treinador.

Já Vanderlei Luxemburgo foge do lado filósofo e se apoia na chamada “malandragem carioca” para a convivência com comissão técnica, jogadores e jornalistas no dia a dia. O consagrado técnico deu novo gás na carreira ao livrar o Flamengo do rebaixamento no Campeonato Brasileiro do ano passado.

Inclusive, ele foi contratado pela diretoria justamente por ser considerado “malandro” o suficiente para lidar com o grupo em um momento delicado. A aposta deu resultado e até os momentos de tensão com os dirigentes foram superados.

O tempo fez com que Luxa tivesse força o suficiente para impor boa parte das vontades na reformulação do elenco e ganhasse a confiança da diretoria. Depois de retornar aos holofotes, ele tenta agora conquistar um título para coroar de vez a volta por cima.

Botafogo e Flamengo chegam ao clássico do próximo domingo (1) embalados pelas boas campanha no início do Campeonato Carioca. O Alvinegro é o líder da competição com 16 pontos, após cinco vitórias em seis jogos. O Rubro-negro, por sua vez, está em 2º com quatro triunfos e dois empates. A partida acontece às 16h, no Maracanã, e faz parte das comemorações pelos 450 anos do Rio de Janeiro.