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Suspensão de Luxa e até ação criminal: a briga do Flamengo contra a Ferj

Luxa e Bandeira de Mello travam uma verdadeira batalha nos bastidores contra a Ferj - Gilvan de Souza/Flamengo
Luxa e Bandeira de Mello travam uma verdadeira batalha nos bastidores contra a Ferj Imagem: Gilvan de Souza/Flamengo

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/03/2015 06h10

O racha entre Flamengo e Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) coleciona episódios em 2015. O último aconteceu antes da vitória por 2 a 1 sobre o Bangu, quarta-feira, no Maracanã, quando o técnico Vanderlei Luxemburgo comandou o time do banco de reservas por conta de uma liminar obtida pelo departamento jurídico. E até uma ação criminal do presidente Eduardo Bandeira de Mello contra o mandatário da federação Rubens Lopes foi entregue ao Ministério Público como parte da tumultuada relação.

A quarta-feira foi movimentada desde cedo, quando o MP recebeu a queixa-crime de Bandeira de Mello contra Rubinho. A ação teve entrada na 32ª Vara Criminal e contempla injúria e danos morais. As ofensas ocorreram durante um arbitral da Ferj em janeiro. O Ministério Público tem 15 dias para dar o parecer sobre o caso.

Ainda correm duas ações na 45ª Vara Cível. Uma do Flamengo contra Ferj e Rubens Lopes, enquanto outra envolve o próprio Eduardo Bandeira de Mello novamente contra a federação e o seu mandatário. O clube não abre mão de buscar os direitos e promete brigar até o fim pelas reparações consideradas justas no entendimento do departamento jurídico.

O Rubro-negro já havia recorrido ao TJD-RJ (Tribunal de Justiça Desportiva) em fevereiro. Na ocasião, pediu a instauração de um processo contra Rubens Lopes. Desde então, a relação só piorou e as críticas tornaram-se ainda mais frequentes. Notas oficiais foram disparadas por ambos os lados e reafirmaram o tom de confronto.

O técnico Vanderlei Luxemburgo não poupou o presidente da Ferj antes do clássico entre Flamengo e Vasco. Luxa desaprovou o fato de Rubens Lopes frequentar o camarote do presidente cruzmaltino Eurico Miranda. Depois, reclamou sobre o regulamento da competição e a obrigatoriedade de inscrever apenas cinco jogadores oriundos das categorias de base.

E foi justamente a palavra “porrada”, utilizada na entrevista coletiva, que lhe rendeu a suspensão provisória e o julgamento no próximo dia 30. O treinador só ficou livre para comandar o time por conta de uma liminar obtida pelo advogado Michel Assef Filho. Apesar dos problemas, Vanderlei não recuou nas críticas e indicou que a batalha entre clube e federação está longe de terminar.

“Fui processado em São Paulo por uma coisa que não falei para um jornal. Vamos ser práticos. Se quiserem me denunciar de novo... Por que não denunciaram o presidente da federação quando agrediu verbalmente o presidente do Flamengo? O tribunal não mostrou nada? Isso que me preocupa. Se quiserem me punir por falar, vou fazer o quê? Se nos calarmos em um país jovem democraticamente, daqui a pouco voltaremos lá atrás. O departamento jurídico do Flamengo disse que eu não precisava mudar nada”, encerrou.