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Carioca - 2019

Ele virou heroi, mas sofre na sombra de Jefferson e quase deixou o Botafogo

Do UOL, no Rio de Janeiro

19/04/2015 06h07

Renan é o nome da vez no Botafogo. O goleiro se transformou em heroi da classificação Alvinegra à final do Campeonato Carioca. Defendeu duas cobranças de pênaltis contra o Fluminense e teve o privilégio de marcar o gol que decidiu o confronto em 9 a 8 - 2 a 1 no tempo regulamentar. Mas o sabor do estrelado degustado pelo atleta está longe de ser dos mais confortáveis.

Renan é reserva de Jefferson, ídolo absoluto da torcida e titular da seleção brasileira. Ter a oportunidade de jogar costuma ser um feito raro. Ele correspondeu este ano em todos os momentos em que foi exigido. Porém, por pouco não deixou o clube em 2014.

A falta de confiança o colocou como terceira opção. Ele nem entrou nas relações dos jogos por quatro meses. Pediu a transferência, alguns acordos estiveram bem encaminhados, mas nenhum foi concretizado. Com a chegada de René Simões, Renan renasceu para o clube que o revelou.

“Foi realmente um renascimento. Muitas coisas aconteceram em 2014. Fiquei quieto diante das injustiças. Não será agora que falarei. Mas tudo isso me ajudou muito. Entendi como é o futebol. Coloquei na cabeça que 2015 seria um ano diferente. Disse isso ao professor René. Sou reserva de um goleiro titular da seleção brasileira. É muito difícil jogar. Estou feliz e quero fazer ainda melhor”, afirmou.

“Foi um dia muito especial na minha vida. Não esperava que acabasse desse jeito. Peguei o segundo pênalti, pensei que converteríamos todos e passaríamos. Não foi bem assim que aconteceu. Vou curtir o momento importante de chegar à final. Não saio como o único heroi. Todo o time foi muito bem”, concluiu.

O técnico René Simões não poupou elogios ao goleiro que por pouco não teve a oportunidade de trabalhar. Uma conversa entre os dois manteve o atleta no clube. Para o treinador, boas notícias estão no caminho da figura que colocou o Alvinegro na final do Campeonato Carioca.

“O Renan é evangélico e tem uma fé enorme. Tenho dito que Deus tem escrito algumas páginas da vida dele que nenhum autor de livro escreveria. Já tive outros sofrimentos no futebol. Não precisava ser assim. Tivemos a oportunidade de matar o jogo no primeiro tempo. A partida do Botafogo foi brilhante. Os jogadores defenderam e executaram a ideia. Foi um início avassalador. Poderia ser diferente, mas não sou de reclamar. As coisas saíram bem”, encerrou o comandante.