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Parceiro de Ibra, ele já jogou por sorvete e foi careca para evitar piolhos

Hoje cabeludo, Cavani foi careca durante a infância no interior do Uruguai - EMMANUEL DUNAND/AFP
Hoje cabeludo, Cavani foi careca durante a infância no interior do Uruguai Imagem: EMMANUEL DUNAND/AFP

Do UOL, em São Paulo

09/10/2014 06h00

Imagine um garoto humilde, careca para evitar os piolhos e que só jogava futebol para ganhar sorvetes. Esse menino se transformou na contratação mais cara do futebol francês e hoje é uma das estrelas do PSG. Edinson Cavani, parceiro de Ibrahimovic e Lucas no ataque, saiu do interior do Uruguai para brilhar na Europa e viu sua vida se transformar radicalmente, inclusive na aparência.

O cabelo comprido é uma marca de Cavani no futebol. Mas até os dez anos seu apelido era “peladito” (carequinha). “Meus pais me deixavam careca porque na minha escola tinha muita criança com piolho. Mas agora que eu decido como corto o cabelo, será sempre comprido”, contou ele.

Embora seu pai tenha sido jogador no Uruguai, o atacante passou a se dedicar ao esporte quase sem querer. Enquanto seu pai treinava, ele ficava correndo ao redor do campo. Quando começou a jogar, apenas se divertia. Seu objetivo era um só: ganhar sorvetes.

Em seu time de garoto, quem marcasse o primeiro e o último gol do dia ganhava um sorvete. “A geladeira ficava a 20 metros do campo, então a gente já saía direto para pegar um sorvete. Eu sempre escolhia doce de leite e baunilha”. Nascia, assim, o gosto de Cavani em estufar as redes.

Foi assim que, aos poucos, ele deixou de jogar no meio-campo e passou para o ataque. Muitos sorvetes depois, aos 15 anos, Cavani decidiu tentar ser jogador profissional, inspirado no argentino Batistuta e no holandês Van Nistelrooy.

O uruguaio, contudo, enfrentou um problema que só resolveria definitivamente anos mais tarde: muitas dores nas pernas e a dificuldade em correr e frear. “Tive medo, saí chorando de alguns treinos”. Os médicos explicaram que se tratava de um problema de crescimento. As dores passaram, mas não totalmente.

Quando foi contratado pelo Palermo, em 2007, Cavani ouviu de especialistas que sua postura e seu equilíbrio melhorariam se ele usasse aparelhos nos dentes. Deu certo, segundo o jogador. “Eles disseram que as duas coisas estavam muito relacionadas. Com o aparelho me senti mais forte, com um chute melhor”.

Livre das dores e dos piolhos, Cavani se tornou um dos melhores atacantes do mundo. Nos últimos anos, sua média de gols foi superior a um gol a cada duas partidas. Mas se a fase piorar é só o PSG providenciar alguns sorvetes. De baunilha e doce de leite e baunilha, de preferência.