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Pleno do TJD-RS rebaixa time por atos racistas contra árbitro no Gauchão

Carro do árbitro Márcio Chagas recebeu bananas e foi depredado após jogo do Gauchão - Fabio Braga/Folhapress
Carro do árbitro Márcio Chagas recebeu bananas e foi depredado após jogo do Gauchão Imagem: Fabio Braga/Folhapress

Do UOL, em Porto Alegre

10/04/2014 22h47

O Esportivo de Bento Gonçalves perdeu nove pontos na classificação final do Campeonato Gaúcho nesta quinta-feira, em julgamento no Pleno do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul, pelos atos racistas contra o árbitro Márcio Chagas. Com a decisão, o clube está matematicamente rebaixado para a segunda divisão estadual.

A decisão altera a ponta de baixo do Gauchão. O Passo Fundo, que fechou o Gauchão com 11 pontos, se livrou do rebaixamento com a pena do Esportivo. A equipe de Bento Gonçalves agora encerra o estadual com 7 pontos.

Além da perda de pontos, e do consequente rebaixamento, o Esportivo ainda foi punido com a perda de seis mandos de campo e multa de R$ 30 mil. A equipe ainda pode recorrer ao STJD.

Márcio Chagas da Silva esteve presente em boa parte do julgamento, mas não foi ouvido pelos auditores. 

"Sinceramente eu não estava muito otimista quanto ao julgamento, mas serviu de alguma forma para dar um basta nestas covardias que estão acontecendo com o povo negro. O tribunal está fazendo história, foi uma resposta positiva para a sociedade. De alguma forma se fez justiça", afirmou Márcio Chagas à Rádio Gaúcha.

Em 13 de março, o Esportivo havia recebido apenas uma multa de R$ 30 mil e também perdido cinco mandos de campo. Mas a procuradoria do TJD recorreu da decisão e passou a pedir a exclusão do clube do campeonato.

O episódio ocorreu após jogo da 12ª rodada da primeira fase do Campeonato Gaúcho, quando o Esportivo recebeu o Veranópolis no estádio Montanha dos Vinhedos. De acordo com Márcio Chagas da Silva, a torcida mandante gritou xingamentos racistas antes, durante e depois da partida.

A ação que gerou denúncia na Justiça Desportiva, contudo, ocorreu depois do apito final. Quando o veículo de Márcio Chagas da Silva foi depredado. Bananas também foram colocadas no capô do carro.