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Ele já foi campeão com reservas e tirou onda. Agora se vacina contra troco

Felipão foi campeão com o Grêmio em 1995 e 1996, tirou onda, e usou reservas - Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio
Felipão foi campeão com o Grêmio em 1995 e 1996, tirou onda, e usou reservas Imagem: Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio

Jeremias Wernek e Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

26/04/2015 11h00

Ele sabe como é ser campeão sem usar titulares. Luiz Felipe Scolari se prepara para, quem sabe, ter pela frente um rival que faça, ou tente fazer, o que ele fez em 1995. Ganhou o Campeonato Gaúcho, chamado pelo Grêmio de 'cafezinho' pois esteve envolvido na Libertadores, com o time suplente, apelidado de 'Banguzinho'. Ciente da força criada mesmo quando os 11 jogadores não são titulares, Scolari tratou de 'se vacinar' contra o próprio veneno. 

Há 20 anos o Grêmio venceu a Libertadores. E por priorizar a competição continental, formou uma equipe com maioria reserva. Não 100%, pois alguns titulares foram incluídos nas finais, mas venceu o Internacional com o time que não era principal. O chamado 'Banguzinho' fez Felipão não apenas vencer, mas comemorar bastante. 
 
Ao lado do então presidente Fábio Koff, Scolari apareceu em matérias de televisão celebrando o título bebendo um 'cafezinho', maneira que era chamado o Estadual, tratado como um complemento, longe de ser o prato principal. 
 
E a estratégia se repetiu por dois anos. Em 1996 pelo menos foram os titulares que jogaram os últimos jogos. E o Grêmio venceu de novo. Com Koff como presidente, Felipão no reservado. Nesta temporada, o time havia caído da Copa do Brasil e da Libertadores. Mas aproveitou o 'cafezinho'. 
 
"O jantar deixamos esfriar botamos fora. A sobremesa nos tiraram, não nos trouxeram. Mas o cafezinho seguimos tomando", disse Koff na época à RBS TV. "Este cafezinho era o que precisávamos", completou Felipão. 
 
Ele sabe que é possível, por isso toma todos os cuidados. Apesar da indicação de ter pela frente um Inter titular, o treinador gremista tratou de 'se vacinar' contra o próprio veneno.
 
"Em 1995, o Grêmio foi campeão. Se era Banguzinho... Chamem como quiserem... Ganhou... O Inter está fazendo o que? Joga com... Como pode ser chamado? Inventem um nome. Ganhou, pode jogar com este time e ganhar. Fazendo parte de um Grêmio ou Inter, os jogadores são escolhidos por qualidade e condição", disse Felipão. "Reserva? Anderson? Reserva? Réver? Lisandro López?", indagou. 
 
Estratégias não faltam para a conquista do Gauchão. Diego Aguirre, no Inter, manteve mistério até o último momento. Não houve qualquer confirmação se os titulares ou 'time dois' vai para o gramado. Já no Grêmio, mesmo com treinos fechados, Scolari tratou de confirmar o time, o mesmo da semi contra o Juventude. 
 
Grêmio e Internacional abrem a final do Gauchão neste domingo, às 16h (horário de Brasília), na Arena. O jogo de volta será no domingo seguinte, no Beira-Rio.