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Jailson se firma com desarmes e alimenta dúvida no time do Grêmio

Jailson em ação pelo Grêmio; volante ganhou espaço no time titular de Renato - Lucas Uebel/Grêmio
Jailson em ação pelo Grêmio; volante ganhou espaço no time titular de Renato Imagem: Lucas Uebel/Grêmio

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

27/03/2018 04h00

Em meio a tanta gente para atacar, o Grêmio tem um jogador que não é badalado e ajuda a segurar os adversários: Jailson, 22 anos. Titular desde o fim do ano passado por contingência, o volante se firmou na equipe neste início de 2018 com bons jogos e números. E agora alimenta uma dúvida no Tricolor: qual será a dupla de volantes considerada ideal?

Arthur fez o primeiro jogo como titular no ano e naturalmente voltará à equipe. Maicon também tem um grande início de temporada, mas ficou fora nas últimas partidas por desconforto muscular.

Quem agradece, de certa maneira, é Jailson. Formado na base do Grêmio, o volante tem estatísticas que referendam a escalação. Segundo o Footstats, o jogador é quem acumula mais desarmes no grupo do Tricolor no Gauchão - são 25 em todo o torneio. Ele também aparece como terceiro melhor no ranking de passes certos, atrás apenas de Ramiro e Maicon.

"O importante é aproveitar as chances. O Jaílson diminui muito rápido o espaço para o adversário. Todos têm jogado bem. Só que nem todos poderão jogar e vamos pensar jogo a jogo", comentou Renato Gaúcho.

A declaração do técnico indica que poderá ser feito uma espécie de rodízio entre Jailson, Arthur e Maicon. Michel, importante na campanha do tri da Libertadores, está um degrau abaixo neste começo de temporada. A troca entre os volantes não será por qualidade, mas de acordo com a condição física de cada um e o estilo a ser adotado.

Arthur e Maicon são mais técnicos, ofensivos. O prodígio, já negociado com o Barcelona, dá superioridade numérica ao setor e agrega passes curtos. Maicon, por sua vez, deixa o meio-campo mais vertical, enquanto Jailson oferece boa velocidade e desarme.

Uma visão interna do Grêmio é de que Jailson ajuda a dar equilíbrio a um setor (o meio-campo) que se mostra bastante ofensivo. Com o jovem, o Tricolor tem fôlego para a transição e uma sombra para recompor em caso de ausência de laterais ou extremas.

Em 2016, quando apareceu no elenco principal, Jailson era reserva de Walace. Oscilou de rendimento e acabou ficando longe de uma vaga como titular. No ano passado, após um início ruim, ele cresceu de produção. Deu boa resposta ao herdar lugar de Michel, que fez artroscopia no joelho, e não saiu mais da formação desde a semifinal da Libertadores contra o Barcelona-EQU. Na final, diante do Lanús-ARG, não caiu de produção.

A dúvida vai seguir por mais algumas semanas. Enquanto isso, Jailson continua somando pontos e números estatísticos para brigar pela vaga.