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Acuado em Brasília, Feliciano vai à Bolívia em busca de "solução diplomática" para corintianos

Deputado e pastor Marco Feliciano (PSC) viajará para a Bolívia na próxima segunda - Andre Borge
Deputado e pastor Marco Feliciano (PSC) viajará para a Bolívia na próxima segunda Imagem: Andre Borge

Mauricio Duarte

Do UOL, em São Paulo

01/04/2013 19h54

O deputado Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da CDH (Comissão de Direitos Humanos e Minorias) da Câmara, viajará a Oruro, na Bolívia, na próxima segunda-feira (8) para visitar os 12 corintianos presos acusados da morte do jovem Kevin Béltran. Em sua companhia na viagem, ele terá o deputado Fernando Capez (PSDB-SP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça e Membro Efetivo da Comissão de Direitos Humanos, o vereador Goulart (PSD-SP) e a esposa de um dos detidos.

De acordo com Feliciano, ver o que está acontecendo pessoalmente é uma forma de pressionar as autoridades, tanto brasileiras quanto bolivianas, a tomar uma atitude, devido às denúncias de maus tratos reveladas pelos acusados. Durante sua estada no país, a comitiva irá encontrar o os representados do consulado brasileiro, membros do judiciário local e a família do garoto morto.

“Queremos mover pressão politica, em bandeira de paz, buscando uma solução diplomática para o impasse, apurando as denúncias de maus tratos”, afirmou o parlamentar em entrevista ao UOL Esporte. Feliciano pretende ficar no máximo dois dias na Bolívia antes de retornar ao Brasil.

O deputado admitiu que ainda não tem um plano do que fazer quando voltar. Ele acredita que, somente depois de ver as reais condições dos presos e conversar com todos os envolvidos, poderá formular um parecer. A partir daí, pedirá providências. “Poderemos dar detalhes apenas após a viagem”, disse.

Feliciano negou que a viagem tenha cunho oportunista e sirva para desviar o foco das críticas severas que vem recendo por presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados e disse que isso faz parte de sua agenda. Diversos protestos foram organizados pedindo sua renúncia, por conta de declarações polêmicas do deputado sobre negros e homossexuais. “Há 40 dias vivemos este impasse, é questão de urgência. Não cedo à pressão, o meu foco é fazer o trabalho da comissão”, defendeu-se.

Segundo Feliciano, o Corinthians foi informado de sua viagem, mas não houve nenhuma reunião para debater o assunto, assim como não há nenhum encontrado marcado para quando ele retornar. De acordo com o parlamentar, o departamento jurídico do clube e seus conselheiros já foram devidamente notificados sobre a iniciativa.

O presidente do Corinthians, Mario Gobbi, também irá se encontrar com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Segundo o clube, a ideia não é necessariamente pedir a liberação dos 12 presos. Trata-se, na verdade, de solicitar o envolvimento do Governo Federal para que seja garantido aos presos o direito de defesa. A postura só não foi a mesma desde a tragédia porque o Corinthians, em seu entender, tinha uma agenda a cumprir, preocupando-se primeiro com os reflexos esportivos do caso e depois com a situação dos torcedores presos.

O grupo de corintianos é acusado de participação no evento. No Brasil, a organizada Gaviões da Fiel apresentou à Justiça um jovem de 17 anos que se diz o verdadeiro culpado pelo crime. A Justiça da Bolívia, no entanto, não leva o depoimento e a confissão do jovem em consideração, e manteve os 12 brasileiros em prisão preventiva em Oruro.

CORINTIANOS RECLAMAM DE MAUS TRATOS EM PRISÃO BOLIVIANA

  • Os corintianos presos na Bolívia reclamaram de maus tratos e constrangimento. Os relatos são do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que foi a Oruro, ver a situação dos torcedores. Segundo o senador, eles estão em um presídio com capacidade para 200 pessoas, mas que tem 1.500 detentos no momento. “Acho que é uma situação muito mais diplomática, politica do que jurídica. O governo brasileiro precisa colocar isso na agenda. Precisamos de uma intervenção forte. Eles podem pelo menos exigir um presídio que garanta integridade física”, declarou.