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Libertadores - 2019

Castigado, gramado do Pacaembu deve estar apto para finais da Libertadores

Gramado no Pacaembu apresentou sinais de desgaste nos últimos tempos e foi criticado - Robson Ventura/Folhapress
Gramado no Pacaembu apresentou sinais de desgaste nos últimos tempos e foi criticado Imagem: Robson Ventura/Folhapress

Gustavo Franceschini e João Henrique Marques

Do UOL, em São Paulo

24/04/2013 06h00

O gramado do Pacaembu já não apresenta a mesma qualidade de outros tempos e, no último domingo, até motivou críticas do técnico Tite. O desgaste é um resultado de uma “maratona” considerável para o campo, que deve, no entanto, estar apto caso tenha de ser utilizado nas finais da Copa Libertadores.

As críticas do comandante alvinegro aconteceram depois da vitória de sua equipe por 2 a 0 sobre o Atlético Sorocaba, pelo Paulista. Tite reclamou que a bola não correu da maneira adequada por conta das falhas no gramado e que isso teria atrapalhado o seu time.

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De fato, o Pacaembu vem sendo submetido a uma sequência de tirar o fôlego de qualquer jogador. Neste ano, ele fez sua estreia em 16 de janeiro, quando o Santos fez 4 a 0 no Grêmio Barueri, em um amistoso.

Até o último domingo, data do confronto entre Corinthians e Atlético Sorocaba, foram 95 dias e 31 jogos, com uma média de uma partida a cada três dias. A rotina, diz o responsável pela manutenção do campo, torna impossível um padrão de qualidade constante.

“O ideal é um [jogo] por semana, no máximo dois. Quantas vezes não tiveram jogos de quarta, quinta e domingo? O Palmeiras está em duas competições, o Corinthians também. Não tem o que fazer. A gente faz o que dá. Não dá pra pensar em ter gramado de alto nível”, disse Roberto Gomide, presidente da World Sports e especialista em tratamento de gramados.

Corinthians e Palmeiras atuaram 13 vezes cada no estádio municipal, mas não foram os únicos. O São Paulo, por força de uma punição da Conmebol ao Pacaembu, esteve lá uma vez. O Santos, por opção, jogou no local no amistoso contra o Barueri e em duas partidas do Paulista. Além disso, o gramado ainda recebeu a final da Copa São Paulo, entre Santos e Goiás.

“Essa manutenção, por mais que melhore e incremente um pouco mais, sofre com o excesso de pisoteio. Não dá tempo dela descansar e formar um colchão”, avalia Gomide.

O cenário deve mudar, segundo ele, durante a pausa para a Copa das Confederações, quando o Pacaembu ficará pelo menos duas semanas parado. Neste período, ele receberá uma segunda semeação, técnica conhecida como overseeding, no termo original em inglês.

“Vamos adicionar a grama de inverno. As duas [a atual e a nova] vão atuar em consórcio no Pacaembu. Uma para de crescer, e a outra tem um crescimento mais vertical e rápido, por sobreviver melhor ao clima mais frio. É um processo que a gente faz todo ano. Só não vou fazer agora porque não temos agenda”, disse Gomide.

Se tudo sair como planejado, o Pacaembu poderá ser um palco de qualidade para a reta decisiva da Libertadores. Como as semifinais e as finais acontecerão somente depois da Copa das Confederações, Corinthians e Palmeiras poderão usar o estádio normalmente caso avancem no torneio continental.