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Cruzeiro desafia Garcilaso e altitude para manter êxito em estreias na Libertadores

Do UOL, em Belo Horizonte

12/02/2014 06h00

Atual campeão Brasileiro, o Cruzeiro volta a disputar a Libertadores, após dois anos de ausência, com a expectativa de ser campeão. Logo na estreia, nesta quarta-feira, às 22h, diante do Real Garcilaso, o time celeste terá dois desafios pela frente. O primeiro é a temida altitude de Huancayo, que está situada a 3.259 metros acima do nível do mar. O outro é manter o bom retrospecto em estreias da competição, já que a equipe não perdeu nas últimas seis edições que participou.

Para se adaptar ao local do jogo, o técnico Marcelo Oliveira fez um treino de conhecimento do gramado onde pode observar melhor o desempenho dos jogadores na altitude, que é uma das principais preocupações do time estrelado. Para diminuir o impacto, a comissão técnica vem trabalhando o aspecto psicológico para os atletas não se deixarem influenciar apenas pela questão da altitude.

“Realmente preocupa. A gente não amplia é o quadro, mas é uma coisa real, alguns jogadores reagem de maneira diferente, o que não pode é ampliar o quadro, pensar que não dá para ganhar. Dá sim, apenas alguns jogadores sentem um pouco mais”, afirmou Marcelo Oliveira, que irá experimentar essa situação como técnico pela primeira vez em sua carreira.

No elenco estrelado, alguns atletas já viveram essa situação e o mais experiente deles é Marcelo Moreno, que habitualmente joga pela seleção boliviana em La Paz, a 3.600 de elevação. Ele vem sendo o principal conselheiro da equipe e, também por isso, deve começar o jogo no lugar de Borges, que não se recuperou de um estiramento muscular na coxa direita e sequer viajou para o Peru.

O próprio treinador da equipe peruana, Freddy Garcia, admitiu que o principal trunfo do seu time é o aspecto geográfico. “Temos que aproveitar a nossa geografia. A altura nos é familiar, mas é só uma parte, não é tudo. Nós enfrentaremos um grande da América do Sul e do mundo. Vai ser muito disputado”, disse.

O respeito do treinador adversário pela equipe celeste se justifica pelo bom desempenho do Cruzeiro na temporada passada. Atual campeão brasileiro, o time celeste não perdeu nenhum titular e ainda reforçou o elenco com algumas contratações pontuais, como a do boliviano, que deverá começar o jogo como titular, e as do volante Rodrigo Souza e do meia Marlone, que  ficarão no banco.

O entrosamento em razão da forte base mantida da temporada passada é o principal trunfo para a equipe superar as adversidades na estreia e manter a escrita de começar a competição com o pé direito. A última vez que perdeu seu primeiro jogo pela Libertadores foi em 1998. O clube estrelado se classificou naquela ocasião como campeão do torneio no ano anterior e foi derrotado pelo Vasco, por 2 a 1. O clube carioca acabou sucedendo os mineiros como campeões do continente daquele ano.

Depois disso, o Cruzeiro participou de outras seis edições da Libertadores e conquistou cinco vitórias: 1 a 0 sobre o Sporting Cristal, em 2001; 3 a 1 contra Caracas, em 2004; 3 a 1 no Cerro Porteño, em 2008; e duas vezes sobre o Estudiantes, 3 a 0 e 5 a 0, em 2009 e 2011, respectivamente. O empate foi contra o Real Potosí, por 1 a 1, também na altitude.

Se a altitude é um empecilho, a favor do Cruzeiro estará o fato de o Real Garcilaso também ser visitante em Huancayo. A cidade fica a 787 quilômetros de Cuzco, onde o time não pôde atuar em virtude do Estádio Inca Garcilaso de La Vega estar passando por reformas. Como os anfitriões não contarão com os seus torcedores e têm feito campanha para atrair o público local, a pressão não deverá ser um adversário para o time estrelado.

Dentre os jogadores do time peruano, a maior esperança é o argentino Alfredo Ramúa. O meio-campista se tornou o camisa 10 da equipe nesta temporada e vem sendo o jogador mais badalado do clube peruano. O experiente lateral direto Jhoel Herrera, de 33 anos, também é uma das referências da equipe e participou da ótima campanha do peruano na Libertadores na temporada passada.

Fundado em 2009, o clube peruano é o mais jovem da competição e irá disputar a sua segunda Libertadores. Na primeira, o time surpreendeu ao se classificar na fase de grupos e ser eliminado apenas nas quartas de final, para o Santa Fé, da Colômbia. Apesar do pouco tempo de existência, o time já ganhou a copa nacional e na última temporada foi o vice-campeão peruano.