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Com gol de Jô no final do jogo, Atlético-MG vence Zamora mesmo sem jogar bem

Do UOL, em Belo Horizonte

12/02/2014 00h10

Apesar de uma atuação apagada quase todo o tempo, Ronaldinho Gaúcho foi decisivo ao cobrar o escanteio para Jô, de cabeça, fazer o gol da vitória, aos 42 min do segundo tempo, por 1 a 0, sobre o Zamora, na noite desta terça-feira, no Estádio La Carolina, conhecido como o ‘caldeirão do diabo’. Dessa forma, o aguardado retorno de Ronaldinho Gaúcho acabou fazendo a diferença em favor do time atleticano, que, no entanto, não esteve bem em campo.

Paulo Autuori optou por manter quase o mesmo time e também o mesmo esquema tático do seu antecessor, Cuca. Somente o argentino Dátolo, que atuou improvisado na lateral esquerda, e o atacante Fernandinho, não foram campeões da edição passada da Libertadores. Os outros nove jogadores, que iniciaram a partida, foram titulares na vitoriosa campanha atleticana.  O futebol, no entanto, foi muito diferente: lento e com pouca disposição. Jogadores alvinegros, como Jô e Diego Tardelli, admitiram que faltou “ousadia” e “criatividade”, respectivamente.

A torcida do Zamora fez muita festa, com fogos e sinalizadores, gerando fumaça intensa, mas se confundiu e boa parte do entusiasmo aconteceu durante a entrada do Atlético-MG. Isso, porque o time visitante usou o seu tradicional uniforme alvinegro, muito parecido com o principal usado pela equipe venezuelana, que, por sua vez, adotou a camisa número 3, que é branca. Para os atleticanos mais supersticiosos, essa foi uma boa notícia, porque torcedores relacionam maus resultados do clube ao uniforme todo branco.

Mas, a tradicional camisa alvinegra, com calções pretos, não foi suficiente para garantir um bom futebol ao Atlético-MG, que voltou a mostrar os mesmos erros de seus primeiros jogos pelo Estadual, sob o comando de Paulo Autuori. A velocidade da fase de grupo da Libertadores 2013, da qual foi campeão, que entusiasmou seu torcedores, impressionou críticos e surpreendeu adversários, ficou no passado. A equipe atleticana abusou dos toques lentos e improdutivos.

Ronaldinho Gaúcho, que fez sua primeira partida nesta temporada, teve atuação apagada. Muito marcado, às vezes de forma muito dura, o camisa 10 atleticano sentia a falta de ritmo e errava quase todas suas tentativas, desde passes curtos até lançamentos, cruzamentos ou chutes. Outros jogadores importantes na equipe mineira, como Diego Tardelli, Jô e Fernandinho pouco apareceram também. Apesar da fraca atuação, Paulo Autuori só fez alterações, depois que Jô marcou o gol.

No primeiro tempo, faltou emoção. Os erros, dos dois lados, no entanto, foram excessivos e deixaram partida muito ruim de se ver. O Atlético-MG tinha mais posse de bola, mas não conseguia criar jogadas de perigo, tanto que o Zamora foi quem mais chegou ao ataque, apesar de ter péssimo aproveitamento nas finalizações, especialmente com González, quem mais tentou e errou. Já o time mineiro conseguiu seu primeiro chute, aos 36 min, quando Tardelli, após boa arrancada, bateu fraco e torto. Três minutos depois, Ronaldinho Gaúcho cobrou bem a falta, errando o alvo por pouco.

Nem mesmo os entusiasmados torcedores do Zamora resistiram ao fraco primeiro tempo. Os erros de passe atleticanos favoreciam a insegura defesa do time venezuelano e transformava o baixo goleiro Yáñez Ângulo, com seus 1,76 m, em mero espectador, sem fazer uma única defesa importante em toda a etapa inicial. Sem muita qualidade técnica, a equipe dirigida por Adelis Chávez, irmão do ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez, se esforçou, fez jogo equilibrado, mas igualmente errou muito.

O atacante Jô reconheceu que faltou mais “ousadia” ao Atlético-MG, que teve posse de bola e controlou bem o jogo. “Precisamos compactar também, o máximo que fizemos foi uma bola chutada pelo Tardelli, então, é arriscar um pouco mais que o gol vai sair”, destacou o centroavante atleticano, que aguarda na semana que vem a convocação dos jogadores que atuam no Brasil para o amistoso da seleção brasileira com a África do Sul. Para Tardelli, o Atlético começou um pouco nervoso. “Falta criar um pouco mais, falta a gente movimentar um pouquinho na frente”, disse.

Os dois times voltaram sem mudanças para o segundo tempo. O Atlético-MG demonstrou, nos minutos iniciais dessa etapa, mais vontade de buscar o ataque.Logo no começo, Ronaldinho cobrou dois escanteios, mas a defesa do Zamora aliviou. Aos 4 min, Pedrito Ramirez, camisa 10 da equipe venezuelana, apontado como seu principal jogador, arriscou chute de longe, mas mandou a bola por cima do travessão.

Ronaldinho Gaúcho continuava sem acertar a maioria das jogadas e acabou fazendo falta por trás em Pedrito Ramirez, aos 7 min, sendo advertido pelo argentino Mauro Viglianocom o cartão amarelo. Aos 10 min, Jô conseguiu sua primeira finalização em todo o jogo, mas mandou a bola por cima do travessão. No geral, o Atlético não se acertava e chamava o Zamora para o seu campo.

Por sorte dos atleticanos, pontaria não é forte da equipe local. Quando a bola teve a direção do gol, Victor trabalhou bem, fazendo duas intervenções difíceis na reta final da partida, quando o time mineiro assistia o adversário atacar. Aos 42 min, o lance que definiu o jogo. Ronaldinho Gaúcho cobrou escanteio da esquerda e Jô fez o gol que garantiu a vitória no início da caminhada atleticana em defesa do seu título da Libertadores.

ZAMORA 0 X 1 ATLÉTICO-MG

Data: 11/2/2014 (terça-feira)
Local:  La Carolina, Barinas (Venezuela)
Árbitro: Mauro Vigliano (ARG)  
Assistente:  Diego Bonfa (ARG) e Ernesto Uziga (ARG)
Cartões amarelos: Luis Ovalle, Hugo Sotto (ZAM); Ronaldinho Gaúcho, Marcos Rocha (ATL)
Gol: Jô, aos 42 min do segundo tempo

Zamora
Yáñez Ângulo; Hugo Sotto, Johnattan España, Lopez e Luis Ovalle; Vargas, Arles Flores, Gonzalez (Murillo) e Pedrito Ramírez (Pluchino); Ricardo Clarke (Arenas) e Juan Falcón

Treinador: Noel Sanvicente

Atlético-MG
Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Réver e Dátolo; Pierre, Josué, Diego Tardelli (Rosinei) e Ronaldinho Gaúcho (Lucas Cândido); Fernandinho (Neto Berola)e Jô

Técnico: Paulo Autuori