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Brasileiro rival brilha, Dagoberto perde pênalti, e Cruzeiro sofre 2º revés

Do UOL, em Belo Horizonte

11/03/2014 20h52

Um dos destaques da goleada sobre o Universidad de Chile há 15 dias, Dagoberto viveu nesta terça-feira sua noite de ‘vilão’. O atacante desperdiçou a cobrança de um pênalti, aos 23 min da etapa final, e viu o Cruzeiro, com um homem a mais em campo, perder para o Defensor por 2 a 0 em Montevidéu.

Já o brasileiro Felipe Gedoz foi o herói do triunfo uruguaio ao marcar os dois gols de sua equipe. Dessa forma, o Cruzeiro foi derrotado as duas vezes em que atuou como visitante na Libertadores 2014 e perdeu a liderança para o Defensor, que chegou aos seis pontos em nove possíveis.

O Cruzeiro, que tem apenas os três pontos conquistados no Mineirão sobre os chilenos, jogou a metade final do segundo tempo com um jogador a mais, em função da expulsão de Árias no lance do pênalti não aproveitado por Dagoberto. Para tentar aproveitar a vantagem numérica, Marcelo Oliveira colocou o meia Marlone no lugar do volante Rodrigo Souza, mas logo depois levou o segundo gol, em contra-ataque, o que obrigou o treinador a colocar Tinga no lugar de Everton Ribeiro, para fechar mais o meio-campo.

Gedoz e o camisa 10 Arrascaeta foram os nomes do jogo, atuando com velocidade e muita técnica, especialmente no segundo tempo, quando o domínio do Defensor foi evidente. Na etapa inicial, o Cruzeiro esteve melhor em muitos momentos, mas a falta de pontaria impediu o gol, apesar de um susto no último lance, com uma bola na trave.

Na quinta-feira da próxima semana, as duas equipes voltam a se enfrentar, desta vez, no Mineirão, na abertura do returno do grupo. O Cruzeiro tentará aproveitar o fato de ser mandante em dois de seus três próximos compromissos pela Libertadores. Na estreia cruzeirense, em Huancayo, no Peru, em jogo marcado por agressões racistas a Tinga, o Cruzeiro perdeu para o Real Garcilaso, por 2 a 1.

Antes de a bola rolar, Marcelo Oliveira concedeu entrevistas a repórteres brasileiros no alambrado do acanhado EstádioLuis Franzini, como ele definiu, mas elogiou o gramado. “O campo é bom, vamos jogar e fazer a nossa parte. A confiança é grande, a expectativa também. Estamos preparados para todas as situações. A escola uruguaia é muito competitiva”, disse o treinador celeste.

E o Cruzeiro contou com apoio de torcedores, que encararam os elevados preços cobrados para os visitantes. Os aficionados locais pagaram entrada entre 100 e 200 pesos uruguaios (em torno de R$ 10 e R$ 20), enquanto o cruzeirense teve que desembolsar 2.200 pesos (aproximadamente R$ 230). Já na metade do primeiro tempo os celestes se faziam notar no estádio, cantando alto e gritando forte o nome do clube mineiro.Parte da torcida do Defensor, que não lotou o estádio, demonstrava entusiasmo, mas não chegava a pressionar o time mineiro, o que é comum na Libertadores. A alegria dos torcedores locais aumentou na etapa final, especialmente após a marcação do primeiro gol.

O primeiro tempo começou movimentado e muito disputado, mas com pouca técnica e sem lances de perigo para os dois lados. O Defensor, com Arrascaeta e o brasileiro Gedoz, tomou mais a iniciativa ofensivas nos 15 minutos iniciais, mas esbarrava no forte bloqueio cruzeirense, com Rodrigo Souza e Nilton protegendo a zaga formada por Dedé e Bruno Rodrigo. No ataque, o Cruzeiro pouco apareceu, até os 17 min, quando Everton Ribeiro fez bonita jogada, livrando-se do marcador e tocando para Dagoberto finalizar com perigo, mas para fora.

A partir daí, o time celeste assumiu o controle do jogo e passou a rondar a área da equipe uruguaia. Aos 29 min, Dagoberto levou perigo ao gol defendido por Campaña, em cobrança de falta sofrida por Nilton. De uma forma geral, o time visitante utilizou o recurso dos chutes de fora da área, na etapa inicial, mas a pontaria não estava muito calibrada. “Nossos chutes foram um pouco fora”, reconheceu Dagoberto.

Como previa Marcelo Oliveira, o jogo era muito disputado e truncado, com faltas cometidas pelas duas equipes, além de muitos chutões e tentativas de lançamentos longos, além da bola aérea. Aos 34 min, depois de muito tempo, o time da casa atacou, aproveitando-se falha de Egídio, que errou passe. A bola chegou para chute de esquerda de Gedoz, que errou por pouco o alvo. Nos minutos finais, o jogo esquentou um pouco. Cruzeiro e Defensor tiveram boas oportunidades em finalizações à média distância com Ricardo Goulart e Gedoz, respectivamente. Aos 46 min, a trave salvou o time mineiro, em cabeçada de Malvino, e no rebote Risso chutou em cima de Bruno Rodrigo e o primeiro terminou empatado sem gols.

Imediatamente após o apito do árbitro argentino Diego Abal, osjogadores do Cruzeiro se reuniram no centro do gramado, conversaram rapidamente e deixaram juntos o campo. “Estamos conseguindo envolver o time deles, colocando a bola no chão. Mas não podemos dar chance como no último minuto. Jogo de Libertadores se decide nos detalhes”, analisou Dagoberto, para completar em seguida, antes de ir para o vestiário: “O jogo está bacana pra gente”.

O segundo tempo recomeçou sem alterações nas duas equipes e com sustos para o Cruzeiro. Com poucos segundos, Herrera teve boa chance, mas chutou torto. Aos 7 min, Arrascaeta fez outra boa jogada individual e bateu, mas a bola desviou em Nilton. A etapa final era dominada pelo time uruguaio, que chegou a encurralar o adversário em seu campo defensivo. Para tentar sair dessa situação, Marcelo Oliveira colocou Willian no lugar de Marcelo Moreno, aos 12 min, apostando no aumento da velocidade.

O técnico Fernando Curuchet respondeu imediatamente com uma alteração também no ataque. Risso deixou o campo para a entrada de Alonso. Pouco depois, saiu o gol da equipe local. Egídio perdeu a bola, gerou um contra-ataque, que foi parado com falta cometida por Rodrigo Souza em Olivera. Na cobrança, o brasileiro Gedoz colocou a bola nas redes, sem chances de defesa para o goleiro Fábio.

Não demorou e o Cruzeiro teve perto de empatar, Árias cometeu pênalti em Ricardo Goulart e foi expulso. Mas, Dagoberto desperdiçou a cobrança, aos 23 min. O time celeste não conseguiu aproveitar a vantagem numérica, permitiu contra-ataques ao adversário. Aos 32 min, Gedoz mostrou que não é bom somente em bola parada e marcou um belo gol na saída de Fábio, consolidando seu segundo triunfo no torneio.

DEFENSOR 2 X 0 CRUZEIRO

Data: 11/03/2014 (terça-feira)
Local: Estádio Luis Franzini, Montevidéu (URU)
Árbitro: Diego Abal (ARG)
Auxiliares: Gustavo Rossi (ARG) e Ernesto Uziga (ARG)
Cartões amarelos: Ceará, Rodrigo Souza , Everton Ribeiro(CRU); Árias, Zeballos  (DEF)
Carão vermelho: Árias (DEF)
Gols: Gedoz, aos 18 min e aos 32 min do segundo tempo

DEFENSOR
Campaña; Zeballos, Árias, Malvino e Herrera; Cardaccio, Fleurquin, Arrascaeta e Gedoz (Pais); Olivera (Correa) e Risso (Alonso)
Técnico: Fernando Curuchet
 
CRUZEIRO
Fábio; Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo e Egídio; Rodrigo Souza (Marlone), Nilton, Everton Ribeiro e Ricardo Goulart; Dagoberto e Marcelo Moreno (Willian)
Técnico: Marcelo Oliveira