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Em busca de reabilitação, Cruzeiro administra queda de produção de atletas

Dionizio Oliveira

Do UOL, em Belo Horizonte

19/03/2014 06h00

Pressionado na Libertadores, com duas derrotas em três jogos, o Cruzeiro tem sofrido nesta temporada com a queda de rendimento das principais peças do time. Dos jogadores que mais se destacaram em 2013 na campanha do título brasileiro, poucos têm conseguido manter o nível de atuações do ano passado. A maioria ainda não conseguiu resgatar o melhor futebol nesta temporada. Por isso, a expectativa é que esse quadro mude a partir desta quinta-feira, contra o Defensor Sporting, no Mineirão, às 22h.

Em relação ao time que foi campeão brasileiro no ano passado, foram apenas duas mudanças na Libertadores: uma no meio-campo e outra no ataque. Sem poder com Nilton no início da competição, ele testou Souza e Rodrigo Souza na vaga do camisa 19 e ainda experimentou o recém contratado ao lado de Nilton, deixando Lucas Silva no banco. O mesmo aconteceu na posição de centroavante, em que perdeu Borges lesionado e promoveu a entrada de Marcelo Moreno.

Justamente nessas duas posições o treinador mexerá para tentar melhorar o rendimento da equipe e dos outros jogadores. Lucas Silva retorna ao time no lugar de Rodrigo Souza e formará dupla de volantes com Nilton pela primeira vez na temporada. No lugar de Moreno, Júlio Baptista foi o escolhido para começar jogando, mesmo que improvisado.

Porém, além da simples troca de um jogador por outro, muitos titulares terão que melhorar o desempenho para o Cruzeiro se reabilitar na competição, principalmente, os atletas considerados peças fundamentais na equipe, como os meias Everton Ribeiro e Ricardo Goulart e o próprio volante Nilton.

Craque do último Brasileirão, o meia Everton Ribeiro ainda não conseguiu ter atuações convincentes nesta temporada e vem sendo cobrado pelo torcedor. Vice-artilheiro da equipe e principal garçom em 2013, ele marcou apenas um gol nesta temporada e deu duas assistências em nove jogos. A torcida ainda espera uma boa exibição do camisa 17, que chegou a ser cogitado para a seleção brasileira.

Já o seu parceiro Ricardo Goulart teve um momento de brilho diante da Universidad de Chile, quando anotou três gols na vitória por 5 a 1, pela Libertadores, mas ainda não conseguiu manter a regularidade que teve no Brasileirão do ano passado, sendo o artilheiro da equipe ao lado de Borges com 10 gols cada um.

A falta do centroavante parece ter prejudicado o Cruzeiro, principalmente no setor ofensivo. O técnico já testou várias formações, com Ricardo Goulart, Willian, Marcelo Moreno e Júlio Baptista fazendo a função. Borges não poderá retornar diante dos uruguaios, mas poderá ser um reforço importante para as duas últimas partidas da fase de grupos.

Assim como Borges, Nilton, que foi um dos pilares do time campeão nacional, também sofreu com lesão e começou o ano no estaleiro. Ele disputou apenas cinco partidas até o momento e ainda está recuperando a melhor condição física. Em função dessa queda de produtividade dos jogadores, a equipe não vem apresentando o futebol envolvente da temporada passada e o treinador reconhece uma queda de rendimento.

“Eu acho que não rendemos, na média dos jogos, o que rendemos no ano passado. Na Libertadores mesmo, estamos criando, mas não estamos fazendo tantos gols. Isso a gente precisa melhorar. Fizemos um jogo extraordinário contra o Universidad de Chile, no Mineirão, é bom lembrar. Mas temos que manter isso e melhorar o rendimento fora de casa”, destacou Marcelo Oliveira.

O zagueiro Dedé, que é um dos poucos jogadores que manteve o bom nível de atuação, acredita que a manutenção da equipe poderá favorecer o Cruzeiro. “Nosso time que está jogando agora é o mesmo do ano passado, que jogou na maioria das vezes, só o Borges que está retornando de contusão”, disse.

“Já conhecemos cada um, sabemos bem o poder de fogo de cada jogador, as carências e as coisas negativas também. Então a gente se conhece bem, nosso time é entrosado e a qualidade continua a mesma”, acrescentou o zagueiro, que confia na reversão do quadro a partir desta quinta-feira para buscar a classificação.

Já para o meia-atacante Júlio Baptista o time precisa aprender a lidar com as cobranças, pois ele entende que realmente será difícil manter o mesmo ritmo do ano passado. “Não digo que teve uma queda de rendimento, mas acredito que é impossível fazer dois anos consecutivos ganhando todos os jogos. Vai ter dias que o time não vai jogar bem, o mesmo futebol. Quando tem um grupo vencedor e ganha muitos jogos, a responsabilidade muda, a cobrança é diferente para ganhar todos os jogos”, explicou.

Com três pontos em três partidas na Libertadores, o Cruzeiro precisa vencer o Defensor Sporting para não complicar mais sua situação em relação à classificação para a próxima fase. A partida é encarada como decisiva pelos jogadores e a torcida deposita a expectativa nos principais nomes para tirar o time dessa situação.