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Conmebol descarta portões fechados por violência e racismo na Libertadores

Rodrigo Mattos

Do UOL, em Zurique (Suíça)

20/03/2014 09h01

Quem deseja punições pesadas aos clubes pelos episódios de violência na Libertadores pode esperar sentado. A diretoria da Conmebol descarta aplicar sanções em massa de portões fechados para conter as agressões sofridas por times e torcidas visitantes ou casos de racismo. É o que deixa claro o secretário-geral da entidade, José Luis Meiszner.

Neste início de temporada, houve casos de racismo e fogos nos estádio. No ano passado, ocorreu até uma morte no jogo entre San Jose de Oruro e Corinthians. Essa foi a única punição com portões fechados aplicada contra um clube em anos. De resto, times têm sido no máximo multados até por fogos de artifício, que são proibidos.

Para Meiszner, o problema da violência não é relacionado a falta de punições. Os episódios ocorrem por conta da falta de cultura e de educação do público sul-americano.

"A violência é um reflexo da falta de educação e cultura do público sul-americano", explicou o dirigente. "Me preocupa soluções arbitrárias e violentas que vão punir de forma massificada 95% público por atos que são tomados por apenas 5% do público. É um péssimo exemplo para o cidadão."

Para o dirigente, a solução é uma implantação de um sistema para identificação de torcedores que cometam atos violentos e assim se possa impedi-los de ir para os estádios. Há um em operação na Argentina que poderia servir como exemplo. Mas Meiszner reconheceu que não são todos os países que têm condições de bancar algo similar.

Em relação ao racismo, ele entende que não é disseminado na América do Sul. E acha que há um exagero nos casos analisados porque às vezes é apenas uma ofensa, mas não racismo de fato. O caso de Tinga, do Cruzeiro, que viu imitações de macaco por torcedores do Real Garcilaso, no início da Libertadores, ainda está em julgamento em tribunal disciplinar da Conmebol.

"São poucos elementos de prova. E há uma separação entre os membros do tribunal que torna mais difícil a comunicação. É possível que se faça uma teleconferência para tentar resolver", analisou.