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Com gol no final, Atlético Nacional bate Atlético e joga por empate em BH

Do UOL, em Belo Horizonte

23/04/2014 23h51

Não foi na noite desta quarta-feira que o torcedor do campeão da Libertadores comemorou um triunfo como visitante na edição 2014 do torneio. Pior, viu seu time perder a invencibilidade, para o Atlético Nacional, que venceu, por 1 a 0, no Estádio Atanasio Girardot, e leva a vantagem do empate para o jogo da volta, no dia 1º de maio, pela Libertadores. O time atleticano foi acuado o tempo todo pelo adversário e não resistiu a essa pressão, levando o gol no final do jogo.

Para conquistar a vaga às quartas de final da Libertadores, o Atlético terá de vencer por pelo menos dois gols de diferença. Qualquer empate elimina o alvinegro mineiro. Triunfo atleticano por 1 a 0 leva a definição para os pênaltis. Idolatrado pelos colombianos, que manifestaram carinho por ele antes, durante e depois do jogo, Ronaldinho Gaúcho teve alguns momentos de craque no primeiro tempo, mas sumiu na etapa final. Já Victor foi o grande nome atleticano, apesar de não ter evitado a derrota, que quebrou série de 18 jogos invictos.

 O Atlético-MG aposta na tradição do Independência e quer reviver a mística do “caiu no Horto, tá morto”, que marcou o alvinegro mineiro na Libertadores passada. Este ano, no entanto, a equipe atleticana ainda não engrenou totalmente em seu ‘caldeirão’. A esperança é que isso aconteça no jogo da volta das oitavas de final.

Nas suas últimas sete partidas foram cinco empates, uma derrota e apenas um triunfo. O Atlético Nacional, no Grupo 6 da fase de classificação, venceu mais como visitante do que em Medellin: duas vezes (1 a 0 sobre o Nacional, em Montevidéu) e 3 a 1 no Newells Old Boys, em Rosário). Como mandante foi um único triunfo, sobre o Newells, por 1 a 0, com empate com Nacional (2 a 2) e derrota para o Grêmio (2 a 0).

No Atlético-MG, o técnico Paulo Autuori surpreendeu ao promover o retorno de Réver, após longo período afastado por lesão, na vaga de Alex Silva, que substituiu a Marcos Rocha no empate sem gols com o Corinthians, na estreia do Brasileiro. Dessa forma, o zagueiro argentino Otamendi atuou pelo lado direito. No ataque, com a volta de Jô, poupado em Uberlândia, saiu Guilherme, permanecendo o velocista Fernandinho.

Já o Atlético Nacional, entrou em campo com muitos desfalques, os principais deles, o atacante Cardona, expulso diante do Newells, e o zagueiro Medina. Ficaram fora ainda Neco Marrinez, Baloy, Peralta e Fernando Uribi. Uma novidade foi a opção do técnico Juan Carlos Osorio em deixar no banco o volante Diego Arias, ex-jogador do Cruzeiro, optando por Alexis Henriquez, que não aparecia como titular nas escalações prévias da imprensa colombiana.

A torcida do Atletico Nacional lotou o Estádio Atanasio Girardot, em Medellín, e fez festa antes mesmo da entrada dos times em campo. Com sombrinhas, balões e bandeiras nas cores verde e branco, os torcedores locais fizeram um bonito espetáculo. Um bandeirão foi aberto e houve muita fumaça no momento em que a equipe da casa chegou ao gramado. Em pequeno número, mas com o reforço de alguns colombianos, que torcem para equipes rivais, a torcida atleticana também esteve presente.

O primeiro tempo começou com o Nacional tomando a iniciativa, mas sem imprimir a mesma velocidade do começo do jogo em que eliminou o Newells Old Boys, na Argentina, pela fase de grupos. A equipe da Colômbia arriscou chutes com Bernal, que jogou com máscara protetora, e Duque, aos 2 min e 6 min, mas ambos sem direção. O time local mantinha o controle da posse de bola. As 13 min, a proporção era 63% a 37%.

Ronaldinho, bastante idolatrado antes do início da partida, havia participado apenas uma vez da partida, ao cobrar mal uma falta, direto para fora. Aos 14 min, no entanto, o camisa 10 atleticano mostrou toda sua categoria, em lance no meio-campo, quando deu drible desconcertante em Mejia e lançou para Fernandinho, que cruzou, mas Jô chegou atrasado e não conseguiu finalizar. Dois minutos depois, o craque atleticano lançou de primeira a Fernandinho, que atrapalhou-se com a bola.

O Atlético-MG administrava bem a partida, conseguindo evitar maior pressão, mas não conseguia chegar ao ataque em condições para finalizar. Prova disso é que nos 25 primeiros minutos, o time colombiano havia concluído seis vezes a gol, contra nenhuma do alvinegro mineiro. A pontaria ruim era um problema para o Nacional. Aos 27 min, no entanto, a equipe da casa acertou o alvo duas vezes consecutivas.

Valencia chutou de longe, da esquerda, Victor defendeu parcialmente e, após cabeçada de Duque, no rebote, o goleiro atleticano fez outra excelente intervenção. Aos 32 min, o camisa 1 apareceu de novo, ao espalmar para escanteio bola chutada por Bocanegra. À essa altura, o Nacional aumentou a pressão e o Atlético-MG só se defendia. A exceção foi aos 40 min, quando Tardelli bateu cruzado, após cobrança de falta de Ronaldinho e a bola passou perto de Jô, que voltou a se atrasar. O Nacional ainda voltou a obrigar mais uma defesa de Victor.

Os dois times voltaram sem mudanças para o segundo tempo. E o Nacional voltou pressionando. Logo aos 4 min, Bernal fez boa jogada pela direita e Valencia tentou, de letra, mas mandou para fora. No minuto seguinte, Duque chutou e Victor fez a primeira boa defesa da etapa final. O Atlético-MG continuava acuado, sem conseguir segurar a bola no meio de campo e, consequentemente, sem levar nenhum perigo ao adversário. Já o Nacional não parava de dar trabalho a Victor. Aos 20 min, foi a vez de Cárdenas exigir outra ótima defesa.

A exemplo de partidas anteriores, o Atlético-MG errava muitos passes, especialmente na saída de boa da defesa, o que permitia ao Nacional pressionar o tempo todo. Na altura dos 30 min do segundo tempo, a equipe colombiana tinha finalizado 22 vezes, contra apenas uma dos brasileiros. Victor fez outra bela defesa, aos 28 min, em chute de Cárdenas, e, pela segunda vez, reclamou aos gritos da falta de marcação do seu time, que dava liberdade ao adversário.

Na reta final do jogo, Autuori tentou mudar o cenário da partida, colocando Marion na vaga de Fernandinho, que deixou o campo na maca, e Guilherme na vaga de Ronaldinho. O camisa 10 deixou o campo, aos 39 min, aplaudido de pé por todo o estádio e reverenciou a torcida. Em sua primeira jogada, Guilherme ajeitou de cabeça para finalização de Marion, que obrigou Armani a fazer sua primeira boa defesa na partida. Mas, aos 46 min, Cárdenas arriscou chute de longe e venceu o goleiro Victor, garantindo a vitória colombiana.

NACIONAL DE MEDELIN 1 X 0ATLÉTICO-MG

Data: 23/4/2014 (quarta-feira)
Local:  Atanasio Girardot, em Medellín (Colômbia)
Árbitro: Martín Vásquez (URU)
Auxiliares: Miguel Nievas (URU) e Carlos Changala (URU)
Cartões amarelos: Murillo (ANA); Leonardo Silva (ATL)
Gols: Cárdenas, aos 46 min do segundo tempo

Nacional de Medelin
Franco Armani; Bocanegra, Najera, Óscar Murillo e Diaz; Alexis Henriquez, Mejia, Bernal (Diego Arias) e Valencia; Cárdenas e Duque (Trellez)
Técnico: Juan Carlos Osorio

Atlético-MG
Victor; Otamendi, Leonardo Silva, Réver e Emerson Conceição; Pierre, Leandro Donizete, Ronaldinho Gaúcho (Guilherme) e Diego Tardelli; Jô e Fernandinho (Marion)
Técnico: Paulo Autuori