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Sheik diz ter vergonha e Cássio cobra punição severa após racismo com Elias

Do UOL, em São Paulo

02/04/2015 00h12

O Corinthians deu show e goleou o Danubio por 4 a 0, nessa quarta-feira, pela fase de grupos da Libertadores, num Itaquerão pulsante. Mas a partida ficou marcada por outro lance.

No primeiro tempo, após falta na entrada da área do Danubio, Elias discutiu com González e reclamou de ser chamado de “macaco” pelo rival. Através do chefe de segurança do clube, Coronel Dutra, o Corinthians pediu para que fosse relatado na súmula as ofensas do jogador uruguaio contra Elias. Mas não teve seu pedido atendido pelo árbitro, que afirmou que não pode relatar na súmula o que não testemunhou em campo.

Segundo Dutra, o departamento jurídico do Corinthians analisará o que pode ser feito junto à Conmebol com auxilio de imagem. Por fim, o próprio jogador preferiu não levar o caso à polícia, sem registrar boletim de ocorrência, e preferiu manter o caso no âmbito esportivo.

Após a partida, os jogadores do Corinthians comentaram o assunto, dizendo sentir vergonha de mais um caso de racismo no futebol e pedindo punições mais severas da Conmebol.

"Estava bem próximo do lance. Algumas pessoas podem me criticar pelo meu comentário. Eu senti vergonha de ser humano naquele momento. Toda hora a gente fala que não é legal, que é desnecessário. Ainda assim fazem. Tem que ter uma solução. Podem usar a imagem para identificar os responsáveis. E a Federação punir o atleta e o clube. Não cabe mais. Passou, a gente nem tem mais argumento. O atleta, acima de tudo, precisa entender que o futebol tem três resultados: vitória, empate e derrota. O que não pode é diante de uma derrota o atleta ter uma atitude tão feia e pequena", desabafou Emerson Sheik.

O goleiro Cássio foi na mesma linha do companheiro de time e também pediu punição ao jogador do Danubio.

“[Ele] Fez o gesto de macaco e ofendeu o Elias, isso é lamentável. Nós conseguimos dar a resposta correta, que é dentro de campo, ganhando o jogo. já aconteceu tantas coisas, de repente tem que ser mais severo, do jeito que está é chato. O Elias é um cara que tem que ser parabenizado, jogador de seleção, cabeça boa, mas se for um jogador cabeça fraca pode dar em briga, confusão. É preciso ter medidas severas com esse tipo de coisa que acontece”, cobrou o goleiro corintiano.

Autor de três gols na noite dessa quarta-feira, Paolo Guerrero também comentou o assunto. "É triste ouvir isso, que tem pessoas ainda que falam 'macaco' para outras. Estou um pouco triste pelo episódio de racismo com o Elias", concluiu o artilheiro.