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Revelação do Inter em 2015 teve treino 'old school' para virar lateral

William chegou ao Inter como meia, com 16 anos, e virou lateral graças a Clemer - Jeremias Wernek/UOL
William chegou ao Inter como meia, com 16 anos, e virou lateral graças a Clemer Imagem: Jeremias Wernek/UOL

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

06/05/2015 06h00

William é a cara nova do Internacional de Diego Aguirre, a grande revelação do Colorado até aqui em 2015. Promovido por contingência, o lateral direito vai estrear como titular na Libertadores nesta quarta-feira (06) contra o Atlético-MG, no estádio Independência, depois de encher os olhos no Gauchão. O debute completa a transformação que ele encarou na base. Entre treinos para ganhar massa muscular e melhorar a marcação, ele teve uma sessão à moda antiga de aprimoramento nos cruzamentos.

O treino ‘old school’ foi ministrado por Clemer e demais funcionários das categorias de base do Inter. Após cada atividade, William ficava no campo, sozinho, praticando cruzamentos como nos tempos românticos do futebol. Eram 30, 40, 50 bolas levantadas para área por dia.

“Eu cheguei ao Inter como meia, mas em um treino faltou lateral e o Clemer pediu para eu ficar ali do lado num time do coletivo. Deu certo, eu continuei na posição depois daquele improviso e fui me aprimorando. Primeiro foi a marcação o mais difícil, mas melhorei bastante porque tinha gente rápida na minha categoria”, conta William, que desembarcou em Porto Alegre aos 16 anos.

Os adversários de treino eram Leandro, que já andou pelo time profissional e até fez gol, e Otávio – negociado com o Porto no ano passado. Os dribles dos companheiros deram experiência no combate individual ao projeto de lateral. As dicas de Clemer e os auxiliares também. Foi o conhecimento desta comissão técnica que levou Diego Aguirre a dar uma chance para o garoto. O cenário era péssimo: Cláudio Winck, eterna promessa para a posição, tinha sentido lesão e até cortado da seleção brasileira. Também tinha contra o imbróglio da renovação contratual que demorou a sair. Léo, emprestado pelo Flamengo, estava lesionado e faltava um substituto, até pelo lado quantitativo, no elenco principal.

Da contingência, pela falta de laterais, o Inter achou um novo titular. William fez Aguirre aposentar o improviso de Ernando no lado do campo. Dentre os jovens promovidos ao time considerado ideal – Geferson, Rodrigo Dourado, Valdívia e Sasha, ele é o mais novo. E que não teve nenhuma badalação prévia. Contra o Galo, no jogo de ida das oitavas de final, ele estreará a camisa 6 na direita. Uma herança de Fabrício, que deu lugar na lista de inscritos. E também completará a transformação de um ex-meia em lateral. Um novo lateral forjado à moda antiga.