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Derrota no Paraguai expõe queda brusca e deixa Corinthians contra as cordas

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

07/05/2015 06h00

Em 1º de abril, ao golear o Danubio-URU por 4 a 0, o Corinthians atingiu o ápice de um começo de ano arrebatador. Mas, a partir dali, deu início a uma queda brusca difícil de terminar.

São sete jogos em sequência em que a única vitória, contra a Ponte Preta por 1 a 0, foi conquistada com um erro grave de arbitragem. A noite da última quarta-feira parece ter sido o ápice dessa derrocada. No Estádio Defensores Del Chaco, o Guaraní-PAR foi superior em praticamente todos os aspectos e mereceu a vitória. O placar de 2 a 0 deixa o Corinthians em situação delicada para o duelo de volta na próxima quarta-feira.

Desde que os corintianos foram derrotados por esse mesmo marcador contra o São Paulo, há duas semanas, Tite pautou a programação de 14 dias sem jogos em dois aspectos. Recuperar os jogadores que considerava fisicamente desgastados, sobretudo Elias e Renato Augusto, era o ponto principal. Além disso, trabalhar a recuperação de padrão de jogo, tudo muito focado no Guaraní. Os 90 minutos no Paraguai mostraram que não foi suficiente.

No Corinthians, há quem acredite que faltou autocrítica para a comissão técnica perceber que a queda do time não era apenas fruto de cansaço. O jogo no Paraguai, a exemplo do que havia ocorrido contra o São Paulo e em outros momentos de abril, expôs uma equipe com dificuldades para encontrar alternativas diante de uma marcação dura. Presa, muitas vezes, a duas maneiras de jogar (4-1-4-1 e 4-2-3-1). Aposta de Tite, Luciano foi um dos piores em campo: o substituto de Emerson Sheik jogou com intensidade baixa, não soube executar a marcação e pouco incomodou na frente.

Os jogadores mais desgastados, por sua vez, deram sinais de que ainda não estão com 100% de suas condições físicas. Elias e Renato sofreram com a marcação forte. Paolo Guerrero, por sua vez, confirmou a impressão que Tite havia tido na última segunda-feira. Depois de contrair dengue, o peruano não teve o sucesso de costume na disputa com os zagueiros. Em alguns lances, estava lento e isolado demais, fruto também da atuação ruim de Luciano.

Por mais que tenha vencido jogos do Campeonato Paulista com reservas, o Corinthians também encontra dificuldades quando as coisas não saem bem com o time titular, base de todos os resultados expressivos conquistados até 1º de abril. A única opção que realmente já ajudou Tite em momentos mais difíceis foi o veterano Danilo, novamente a primeira opção do banco no Paraguai. Nesse sentido, o mercado de reforços, até aqui, é ineficaz: Cristian sequer foi ao banco de reservas e Vagner Love não deslancha.

No domingo, o Corinthians deve abrir o Campeonato Brasileiro com o Cruzeiro, em Brasília, com uma série de jogadores que não foram titulares no Paraguai. Dessa maneira, Tite novamente terá tempo de treinamento e para a recuperação dos desgastados. Resta saber se ele irá resgatar o futebol encantador dos primeiros meses de 2015 para uma missão complicada. Em mais de 20 jogos na temporada, o Guaraní só perdeu por mais de um gol em duas ocasiões e tem no sistema defensivo seu ponto forte.