Topo

Torcedor símbolo do São Paulo esbraveja ao ser barrado pela PM por pintura

Escudo no peito foi o responsável por impedirem torcedor de entrar no Morumbi - Vagner Magalhães
Escudo no peito foi o responsável por impedirem torcedor de entrar no Morumbi Imagem: Vagner Magalhães

Vagner Magalhães

Do UOL, em São Paulo

07/05/2015 10h15

O torcedor são-paulino Heraldo Hipólito dos Santos, 38, é figura fácil de ser reconhecida nos jogos do São Paulo. Há 18 anos ele acompanha as partidas do clube, sem camisa, com o símbolo tricolor pintado sobre o peito. Mas nesta quarta-feira, ele não conseguiu ver a estreia do time nas oitavas de final da Copa Libertadores da América, contra o Cruzeiro. Mesmo com ingresso, ele diz ter sido barrado pela Polícia Militar na entrada do estádio.

"Fui entrar e me barraram porque eu estava com um símbolo do São Paulo pintado sobre a careca. Como vi que não iam deixar eu entrar, fui lá e lavei. Voltei para entrar e me barraram porque eu estava com o símbolo do São Paulo pintado no peito. Essa é a minha marca registrada e eu me recusei a tirar. Não vai reconhecer o que? Meu peito?", disse ele.

A Polícia Militar alega que o rosto pintado dificulta uma eventual identificação dos torcedores. Apenas pinturas simples, como riscos com as cores do clube no rosto são liberadas. Quanto à proibição do símbolo no peito, os policiais que estavam no portão de aceso ao estádio não quiseram se pronunciar.

Torcedor são-paulino que foi barrado no Morumbi - Vagner Magalhães - Vagner Magalhães
Imagem: Vagner Magalhães

Na última tentativa, ele voltou ao portão de entrada com uma camisa de goleiro do clube  sobre a pintura. Ainda assim, nada feito. Nessa altura, com o jogo quase no final do primeiro tempo, ele tentava convencer os seguranças do São Paulo a intercederem por ele. Também sem sucesso.

"Ser são-paulino, ser doente, bater cimento, chegar aqui e não deixarem eu entrar, com ingresso na mão. Eu estou injuriado demais. É a primeira vez em 18 anos que eu fico de fora", reclamou o ajudante de pedreiro.

Ele conta que veio de Sergipe em 1998 para acompanhar a final do Paulistão contra o Corinthians e de lá para cá não parou mais de acompanhar o time. Santos é morador de Diadema, na Grande São Paulo.

"É a primeira vez que eu não entro em um jogo. Se eu estou com a camisa, é um direito meu. Eu estou injuriado com isso aqui. E ainda me chamaram de otário. Eles não estão mexendo com bandido. Eu estou aqui desde 1998, honrando o São Paulo", concluiu.