Ele foi aposta de Fernandão e 'sumiu' com crise. Agora é intocável no Inter

Rodrigo Dourado tinha tudo para lembrar com carinho daquele 19 de setembro de 2012, mas mesmo fazendo força não consegue. Naquela noite, o Internacional arrancou o empate com o Sport Recife no Beira-Rio, mas ouviu Fernandão detonar o elenco e iniciar um processo de deterioração sem precedente no clube. Pouco mais de dois anos depois, o volante não só superou a estreia como profissional frustrada pelo ambiente conturbado como se fixou no time titular de Diego Aguirre. É uma das joias da equipe que briga pelo título da Copa Libertadores e integra a lista de atletas que serão preservados do Brasileirão sempre que necessário.

A mudança não foi da noite para o dia. Depois de ser usado como titular por Fernandão em 2012, Dourado voltou para a base e só ganhou chance de fato no elenco principal na temporada passada. Ainda assim, estava atrás de Bertotto na hierarquia de jovens volantes. Uma lesão no concorrente abriu o caminho para que 2015 fosse de afirmação plena.

Chamado de extraordinário pelo atual técnico, Dourado chama atenção pelo porte físico e pela precisão nos desarmes. Com isto, ganhou a disputa com os contratados Nilton e Nico Freitas. Virou o parceiro perfeito para Charles Aránguiz.

“É um sonho realizado, estava na base até o ano passado e agora já ganhei Gauchão, estou na semifinal da Libertadores... E quero mais”, disse. “Só joguei um jogo de Brasileirão até hoje, aquele da repercussão do Fernandão e tal, mas sempre sonhei em disputar. Estou à disposição para jogar”, completou.

O uso de Rodrigo Dourado diante do São Paulo, no domingo, não está garantido. Mesmo com 46 dias até o novo jogo pela Libertadores, Diego Aguirre pode dar uma folga a mais aos jogadores que ajudaram o Colorado a vencer o Independiente Santa Fe. O certo é que se não for nesta rodada, ali na frente o ex-jovem da base ofuscado por uma crise alheia vai realizar um sonho. E poder lembrar dele com carinho.