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Com brasileiros, Liga Sul-Americana quer auditoria e aumento de cotas

Divulgação/Boca Juniors
Imagem: Divulgação/Boca Juniors

Do UOL, no Rio de Janeiro

03/02/2016 18h18

Em sua segunda reunião, a Liga Sul-Americanas de clubes afirmou que exigirá os documentos da Conmebol para revelar todas as receitas da Libertadores e não se deu por satisfeita com o aumento de cotas da competição. Pela primeira vez, estiveram no encontro em Buenos Aires os clubes brasileiros: São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Corinthians, Flamengo, Atlético-MG, Grêmio e Internacional. Não se descarta um rompimento com a Conmebol, mas isso é improvável agora.

Quem está na linha de frente da Liga, no entanto, são os argentinos. Foram os presidentes do Boca Juniors, Daniel Angelici, e do River Plate, Rodolfo D'Onofrio, que deram o tom ao final do encontro.

A Conmebol anunciou, nesta terça-feira, que haverá um aumento para US$ 600 mil de cada partida da eliminatória para tentar conter a insatisfação dos clubes. Segundo a confederação, isso representa 70% do total das receitas da entidade.

"Dos US$ 300 mil que recebia cada equipe da fase de grupos, a Conmebol aumentou esse valor para US$ 600 mil. A liga quer, pelo menos, US$ 750 mil", disseram à Agência Efe, participantes do encontro, que aconteceu em Buenos Aires.

A atitude da confederação foi recebida como um começo, mas houve ressalvas. Os clubes querem ver os documentos para saber se é o bastante. Houve ainda um pedido para que os contratos da Libertadores fosse feito por meio de concorrência.

"É o suficiente, mas temos que ver se é o que corresponde aos clubes", destacou Angelici. "Queremos austeridade e transparência das receitas da Libertadores. Não podemos reter jogadores por aqui. Os melhores jogadores da Europa saem do Brasil, da Argentina e do Uruguai."

Segundo o presidente do Peñarol, Damiani, uma parte desse dinheiro foi oferecido em translados para transportes dos times que tem de viajar. O presidente do River Plate, D'Onofrio classificou os valores como baixos. E não descartou um futuro rompimento.

"Não sabemos a quantia exata que os clubes têm ganho. Por agora, não pretendemos criar uma nova liga. Mas o mundo está mudando sempre", afirmou o dirigente.

É requisitado ainda uma posição no Comitê Executivo da Conmebol para participar das discussões. Os clubes brasileiros, nesta primeira reunião, apoiaram as reivindicações, mas ainda se integram sobre o movimento.

"Mais escutamos do que ouvimos nesta reunião.Os clubes querem o que é justo. Eles dão valor à Libertadores, e querem que esse valor seja retornado para a eles", disse Luiz Felipe Santoro.

Ao todo, representantes de 36 clubes do continente participaram do encontro, sendo Boca Juniors, River Plate, San Lorenzo, Independiente e Racing, da Argentina, Peñarol, Nacional e River Plate, do Uruguai, Olimpia, Cerro Porteño, Guarani e Libertad, do Paraguai.

Outros na reunião foram Universidad do Chile, Universidad Católica e Colo Colo, do Chile, América de Cali, Millonarios e Independiente Medellín, da Colômbia, LDU de Quito, Barcelona, Emelec e Independiente del Valle, do Equador, The Strongest e Bolivar, da Bolívia, Sporting Cristal e Melgar, do Peru, e Caracas, da Venezuela.

A próxima reunião da Liga Sul-Americana, criada em 11 de janeiro, acontecerá no Rio de Janeiro, mas a data ainda não foi confirmada.