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André foi consolado por elenco, mas Tite não falou de paradinha em pênalti

Eduardo Knapp/Folhapress
Imagem: Eduardo Knapp/Folhapress

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

05/05/2016 16h56

O erro em lance crucial na eliminação do Corinthians para o Nacional-URU mexeu com André. Responsável pelo sétimo pênalti corintiano perdido entre 11 batidos em 2016, o centroavante contratado para substituir Vagner Love não foi às lágrimas, mas demonstrou profundo abatimento. Último jogador a deixar o vestiário da Arena em Itaquera, recebeu o conforto de uma série de colegas. Desde Marlone, que deixou o camarote, até Giovanni Augusto. 

"Eu fiquei preocupado com ele, porque estava muito triste", explicou Giovanni, companheiro dos tempos de Atlético-MG e que divide concentração no Corinthians. "Ele recebeu nosso apoio e nosso incentivo. É um grande jogador e acontece. Hoje ele perdeu pênalti mas outros já perderam. É assim na carreira e na vida", contou o meia corintiano. 

Tite, por sua vez, tem por princípios evitar conversas individuais nesse tipo de situação. Após o jogo, o treinador reuniu o elenco para uma oração tradicional e sinalizou compreensão pela queda nas oitavas de final da Copa Libertadores. "A sensação (da palestra dele) é do sentimento, da dor, da tristeza por ter a melhor campanha do Paulista e ser eliminado, a terceira melhor da Libertadores e eliminados novamente. Tem que servir como aprendizado", descreveu ainda Giovanni Augusto. 

Nesse tipo de situação, normalmente, Tite prefere deixar as conversas em particular para um momento seguinte. Na avaliação da comissão técnica, é positivo deixar os atletas refletirem individualmente sobre a eliminação e eventuais erros. Na manhã de sexta-feira, o grupo se reapresenta aos treinamentos sem a imprensa por perto, e provavelmente uma avaliação mais ampla será feita pelo técnico.

Em entrevista coletiva, entretanto, ele isentou André de qualquer responsabilidade maior. A situação é avaliada internamente como distinta da que ocorreu com Alexandre Pato em 2013. 

Naquele pós-jogo na Arena do Grêmio, onde o Corinthians fora eliminado da Copa do Brasil, Tite se dirigiu a Pato e o descreveu, diante dos companheiros, como um jogador arrogante. A crítica era não apenas por sua postura no vestiário, mas por cobrar um pênalti decisivo com cavadinha. Naquela época, entre as conclusões tiradas, estava a de que Pato optou por uma cobrança que jamais havia sido treinada. Também por isso, não se encontram paralelos entre André e ele. A avaliação de pelo menos parte da comsisão é de que o centroavante fez uma ótima partida contra o Nacional. 

Nas últimas semanas, segundo dados estatísticos da comissão técnica, ele era quem possuía o maior aproveitamento em batidas de pênalti. André converteu entre 70 e 80% das tentativas, e sempre com a mesma característica de cobrança: uma paradinha para esperar o goleiro definir o lado e um chute bem colocado na sequência. Depois da partida, o jogador admitiu que a estratégia do goleiro veterano Esteban Conde, 33 anos, prejudicou seus planos