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Como SP do Paulistão ficou no passado e ganhou outra cara na Libertadores

michel bastos 2.0 - Ronny Santos/Folhapress - Ronny Santos/Folhapress
Imagem: Ronny Santos/Folhapress

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

10/05/2016 06h00

O São Paulo vai ao Morumbi na quarta-feira para começar a decisão das quartas de final da Copa Libertadores contra o Atlético-MG – os clubes são os últimos brasileiros que permanecem no torneio. Agora, dois meses depois de ter acumulado os piores inícios da história no Paulistão e na Libertadores, o São Paulo dá indícios de que deixou para trás o futebol sem confiança do início do ano.

A diretoria cobrou os jogadores publicamente no início de março pelas más atuações, fez trabalho interno depois do ato de rebeldia de parte do elenco contra o atraso de pagamentos por direitos de imagem, obteve sucesso em tentativas de recuperações individuais como a de Michel Bastos. Mas há ainda outros pontos que indicam que o futebol que será praticado nessas quartas de final pelo São Paulo será diferente daquele apresentado no campeonato estadual.  

Outro time desde Kelvin

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Imagem: Nelson Almeida/AFP Photo

A imagem da campanha do São Paulo no Paulistão não ficou marcada pelo time que tinha Kelvin. O ponta direita ex-Palmeiras, hoje titular, começou apenas uma das 16 partidas da equipe no estadual e participou de outras cinco saindo do banco de reservas. Na Libertadores, tudo diferente: jogou seis jogos, sendo cinco como titular.

A questão mais importante é que o time mudou desde a entrada de Kelvin, e os fracassos frequentes se transformaram em triunfos. Antes da entrada dele, o São Paulo passou sem conforto pelo Cesar Vallejo, do Peru, perdeu para o The Strongest no Pacaembu, e empatou com River Plate e Trujillanos fora de casa. Desde que Kelvin entrou no time, o São Paulo goleou o Trujillanos, venceu o River, empatou na Bolívia, goleou novamente o Toluca e garantiu a classificação com uma derrota no México.

100% no Morumbi

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Imagem: NELSON ALMEIDA/AFP

Obras de modernização do gramado – sistema de drenagem e novas dimensões – atrasaram e comprometeram a utilização do Morumbi durante o Paulistão e o início da Libertadores. No Pacaembu, o São Paulo perdeu do The Strongest e teve dificuldade para vencer o Cesar Vallejo. Desde que foi ao Morumbi, no entanto, o time tem 100% de aproveitamento na Libertadores.

As goleadas sobre Toluca e Trujillanos, além da vitória sobre o River, contabilizam 12 gols a favor e apenas um sofrido em três partidas no estádio. Para esta quarta-feira, contra o Atlético-MG, o estádio deverá estar praticamente com lotação máxima. Da carga total de mais de 64 mil ingressos, todos os setores comuns já têm entradas esgotadas e restam ingressos dos setores premium.

A atuação contra o Toluca

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Imagem: Eduardo Knapp/Folhapress

Impressionou internamente no São Paulo o nível de futebol apresentado pelo time no primeiro jogo das oitavas de final, contra o Toluca. Só no primeiro tempo daquela partida que terminou com vitória por 4 a 0 o time comandado por Edgardo Bauza finalizou 20 vezes ao gol.

O fato de esse ter sido o último jogo do São Paulo no Morumbi inspira ainda mais confiança. Durante o Paulistão, não houve nenhum momento em que a equipe conseguiu jogar perto desse nível. Nessa partida contra os mexicanos, ainda, o time atuou sem Jonathan Calleri, e se virou bem sem centroavante, com Centurión improvisado e inspirado marcando dois gols.

O artilheiro da Libertadores

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Imagem: Eduardo Knapp/Folhapress

Jonathan Calleri fez no Paulistão, em mais jogos, a metade daquilo que produziu na Libertadores. No estadual, marcou quatro gols em 14 jogos, e chegou a ficar quase dois meses sem balançar as redes. Já na Libertadores, a artilharia é dele: oito gols em oito jogos.

Contra o Toluca, no Morumbi, ele não participou porque cumpriu suspensão automática pela expulsão após o fim da partida na Bolívia, contra o Strongest, que selou a classificação às oitavas de final.

Time tem novo capitão

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Imagem: Eduardo Anizelli/Folhapress

Edgardo Bauza diz que seu São Paulo tem mais de um líder, mas no último jogo trocou aquele que veste braçadeira de capitão: tirou a faixa do goleiro Denis e deu para o volante Hudson, que vem se destacando sob o comando do técnico argentino.

A mudança tira a capitania de Denis em um momento em que o goleiro sofre com críticas de parte da torcida. Há falhas do camisa 1 apontadas em gols sofridos pelo São Paulo nos dois jogos contra o River Plate, na Bolívia contra o Strongest, e no México contra o Toluca.

No Paulistão, o São Paulo começou capitaneado por Michel Bastos e viu a faixa ficar com Denis depois das primeiras rodadas.

A dúvida para a partida: Michel Bastos

Michel Bastos se tornou personagem importante do São Paulo nos últimos jogos decisivos: marcou gols nas duas partidas contra o Toluca, além de ter atuado em nível que rendeu elogios do treinador. Agora, Bauza não sabe se poderá contar com o meio-campista, que se recupera de uma contratura no músculo posterior da coxa direita.

Nesta segunda-feira Michel Bastos manteve o treino no campo, mas sem bola. Ele precisa melhorar até a tarde de terça-feira para participar do treino no Morumbi, às 17h, e poder fazer a última atividade tática com a equipe antes do jogo contra o Galo.

O substituto de Michel Bastos seria o lateral Carlinhos, mas este se machucou no treino de segunda-feira e já tem a presença descartada na partida de quarta. Caso Michel não possa atuar, o escolhido deverá ser Wesley.