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Carrasco do São Paulo decide e Atlético Nacional é campeão da Libertadores

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Imagem: AFP PHOTO / RAUL ARBOLEDA

Do UOL, em São Paulo

27/07/2016 23h37

Passaram-se 27 anos até que o Atlético Nacional pudesse voltar a gritar “campeão” na Libertadores. Nesta quarta-feira (27), em um lotado Atanasio Girardot, o time colombiano contou com seu amuleto Miguel Borja para vencer o Independiente Del Valle por 1 a 0 e levantar a taça continental.

A conquista é a segunda da história do clube. Além do título conquistado em 1989 em cima do Olimpia (PAR), o Atlético Nacional havia chegado à final do torneio em 1995, quando caiu para o Grêmio. Dessa vez, no entanto, o desfecho foi diferente e o time colombiano volta a escrever seu nome na lista de vencedores da Libertadores. De quebra, deixa para trás uma incômoda sombra: a do narcotraficante Pablo Escobar.

O carrasco do São Paulo ataca novamente

Borja comemora primeiro gol do Atlético Nacional contra o Independiente Del Valle - AFP PHOTO / RAUL ARBOLEDA - AFP PHOTO / RAUL ARBOLEDA
Imagem: AFP PHOTO / RAUL ARBOLEDA

Não é absurdo afirmar que Miguel Borja é uma das melhores contratações da Libertadores. Reforço do Atlético Nacional durante a pausa para a Copa América, o atacante foi responsável pelos quatro gols que eliminaram o São Paulo na semifinal. Agora, na final, o camisa 23 voltou a atacar.

Em um início de total pressão do Atlético Nacional, Macnelly Torres acertou a trave de Azcona. No rebote, a defesa não conseguiu cortar e Borja chutou rasteiro para balançar as redes do Independiente Del Valle.

Del Valle começa segundo tempo pressionando

Depois de um primeiro tempo amplamente dominado pelo Atlético Nacional, o Independiente Del Valle quase empatou o jogo logo no minuto inicial da segunda etapa. Uchuari dominou livre dentro da área, chapelou Bocanegra e foi derrubado por Henríquez antes de conseguir chutar. A sobra ainda ficou com o time equatoriano, mas o árbitro já havia marcado impedimento.

Mesmo sem conseguir balançar as redes, o Del Valle ao menos equilibrou as ações com o Atlético Nacional.

Paciência dá o título ao Nacional

Jogadores do Atlético Nacional comemoram o título da Libertadores - AFP PHOTO / Luis Acosta - AFP PHOTO / Luis Acosta
Imagem: AFP PHOTO / Luis Acosta

Apesar da pressão do Independiente Del Valle no início do segundo tempo, o Atlético Nacional soube controlar a partida e evitar qualquer susto vindo do lado equatoriano. Com calma e trabalhando bem a bola, o time colombiano quase balançou as redes aos 30 minutos: Borja recebeu na área, dominou e chutou forte para uma grande defesa de Azcona.

A sombra de Pablo Escobar

Pablo Escobar inaugura um dos mais de 20 campos de futebol que construiu em Medellín - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

O único título de Libertadores do Atlético Nacional foi em 1989, uma conquista que causa dor de cabeça aos torcedores do clube. A nunca comprovada influência do narcotraficante Pablo Escobar no futebol é apontada pelos rivais como motivo da conquista do Atlético Nacional.

Nos clássicos contra o Independiente Medellín é comum ouvir a música “Pablito te la compro”. Uma parte do cântico diz “que triste foi saber que pagaram para ser campeão. Pablito a comprou para você, a comprou para você, a comprou para você”.

A influência de Escobar no futebol nunca foi comprovada. Mas anos depois do título de 1989, Juan Antonio Bava, um dos assistentes da partida entre Atlético Nacional e Danubio, pela semifinal da Libertadores, afirmou à revista “El Gráfico” ter sido ameaçado às vésperas da partida para que o clube colombiano vencesse a partida. “Nos ofereceram dinheiro e ameaçara a nós e nossas famílias”.

Opinião: Juca Kfouri

Juca Kfouri: Num belo jogo, decidiu-se a Libertadores no lotado estádio de Medellín por 45 mil torcedores. Ganhou o favorito e justíssimo campeão Atlético Nacional ao vencer o Independiente del Valle por 1 a 0, com mais um gol do jovem centroavante Borja, no primeiro tempo.

André Rocha: “O Atlético teve talento aliado ao trabalho coletivo aprimorado por Reinaldo Rueda, sucessor de Juan Carlos Osorio, e precisão na ida ao mercado. Sofreu, mas venceu um oponente valoroso. Que os clubes brasileiros tenham a humildade para aprender com os finalistas que detonaram alguns dos nossos velhos clichês”.

PVC: “A decisão pode se discutir. A campanha, não. O Atlético Nacional igualou recorde de invencibilidade de seu goleiro, sete partidas a partir do início do torneio sem sofrer gols, teve o melhor ataque, a melhor defesa, foi brilhante. Só o Atlético Mineiro, em 2013, foi campeão depois de ter a melhor campanha na fase de grupos antes do Atlético Nacional, no formato atual. A campanha torna a taça incontestável. Mesmo com os problemas da finalíssima”.