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Como Keno desbancou reforços badalados e se tornou fundamental no Palmeiras

Sol Almidez/Reuters
Imagem: Sol Almidez/Reuters

Do UOL, em São Paulo

09/03/2017 04h00

Sem chamar muita atenção em meio a reforços milionários, Keno chegou ao Palmeiras como se fosse apenas um jogador para compor elenco. Pouco mais de um mês após a estreia, no entanto, o atacante tem se mostrado fundamental no esquema montado por Eduardo Baptista até agora.

Aos 27 anos, ele foi contratado por R$ 3 milhões do Santa Cruz, que foi rebaixado, e não estava em nenhuma das prováveis escalações do time titular para 2017 na imprensa.

Taticamente, no entanto, ele ganhou a preferência de Eduardo Baptista. E o empate por 1 a 1 com o Atlético Tucumán na estreia da Libertadores mostra um dos motivos: a versatilidade. Escalado inicialmente para atuar no meio-campo, com Dudu e Michel Bastos abertos, ele precisou trocar de função com a bola rolando após a expulsão de Vitor Hugo.

Ele passou, então, a atuar mais aberto e voltando ainda mais para ajudar o time no sistema defensivo. Mais do que isso, conseguiu aparecer na hora certa para fazer o gol que garantiu o ponto conquistado na Argentina. Ainda participou de mais duas jogadas que terminaram em chances de balançar as redes adversárias.

"O Keno precisou sair das características dele e foi bem. Tínhamos montado uma situação para jogar por dentro e com a expulsão cedo ele precisou ir para a direita. E jogou muito bem por ali. O time inteiro comprou a ideia da Libertadores", analisou.

Dos oito jogos oficiais de temporada, Keno só não atuou na estreia contra o Botafogo de Ribeirão Preto. Nos outros sete, esteve em campo por 422 minutos, o que significa quase 70% do tempo, além de ter marcado dois gols.

No Paulista, ainda é o atleta do Palmeiras que mais acerta finalizações: são oito, segundo o Footstats. É também o segundo que mais dribla de maneira certa, só atrás de Dudu.

Não à toa, o atacante desbanca jogadores que chegaram com muito mais currículo e necessitaram de mais investimentos. Alejandro Guerra, por exemplo, desembarcou no Palestra Itália após um gasto de R$ 10 milhões e com o rótulo de melhor atleta da Libertadores de 2016. Tudo isso não foi suficiente para garantir a titularidade.

Entram na lista outros atletas que ficaram para trás na concorrência: Róger Guedes e Willian também podem exercer funções parecidas e ficaram no banco. Mesmos casos de Rafael Marques e Erik, que nem relacionados foram. Até mesmo Alecsandro, que viajou para a Argentina, mas foi cortado, pode ser colocado na concorrência.

A lista só aumenta com meio-campistas que ainda disputam um espaço com Keno: Michel Bastos, escolhido para o sacrifício após a expulsão de Vitor Hugo, Raphael Veiga, cortado após ir à Argentina. Até mesmo Hyoran e Vitinho, que estavam como jovens promissores para a temporada, também estão sem espaço.