Palmeiras sai do padrão e faz "esquema de guerra" no caso Felipe Melo
O clima bélico entre Palmeiras e Peñarol se estendeu aos tribunais da Conmebol. Ciente da complexidade do caso, o time brasileiro armou o que chama de esquema de guerra para ajudar Felipe Melo e evitar que o Allianz Parque tenha seus portões fechados na última rodada da fase de grupo da Libertadores, contra o Atlético Tucumán, pelo comportamento de sua torcida no Estádio Campeão del Siglo.
A ideia dos palmeirenses foi sair da rotina da confederação sul-americana. O padrão é que os clubes apenas tenham 48 horas para se defender após a emissão da denúncia pela Conmebol. A tática normalmente falha, uma vez que as decisões são praticamente definitivas quando os acusados fazem a sua defesa. Não há propriamente um tribunal, como acontece no caso do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), e dificilmente os envolvidos são chamados para dar seus depoimentos.
Menos de 24 horas após a confusão em Montevidéu, o clube elaborou um documento tentando mostrar que foi vítima. Junto ao documento, anexou vídeos mostrando que os uruguaios que iniciaram a confusão, agredindo Willian e Fernando Prass.
Na sexta-feira, dois dias depois da briga, a Conmebol já recebia a visita de um advogado alviverde que portava o documento. Ele entregou a papelada pessoalmente na sede da entidade, no Paraguai.
Fez parte da estratégia alviverde também pedir uma suspensão preventiva. Como já tinha mostrado o Blog do Marcel Rizzo, a ideia era que Felipe Melo cumprisse o máximo de sua pena ainda na fase de grupos para evitar o desfalque do volante no mata-mata.
Em um primeiro momento, o objetivo palmeirense é inocentar o camisa 30. Há uma tendência de que os três jogos de punição sejam mantidos. O pior dos cenários é ver o atleta julgado por agressão grave. Neste caso, a pena pode chegar a cinco jogos.
Lobby e contato direto com avaliadores
Ainda na esfera política, o Palmeiras conversou com o presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), Reinaldo Carneiro Bastos, e voltou a cobrar melhor tratamento no âmbito continental. Ele tem cargo no Comitê Executivo da organização sul-americana. Um papo com representantes da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) também foi feito.
Outro procedimento que sai da rotina é o envio de todos os documentos de defesa nominalmente para os membros do Tribunal de Disciplina. Isso foi feito na última quinta-feira (4).
Alberto Lozada Añez, da Bolívia, Carlos Tapia Aravena, do Chile, e Orlando Morales Leal, da Colômbia, receberam individualmente o material que coloca o Palmeiras como vítima das confusões. O presidente do órgão é o brasileiro Caio César Vieira Rocha, mas ele não pode participar do processo por ser compatriota dos julgados.
É de praxe que o documento seja enviado apenas à sede da Conmebol e que uma breve reunião decida o futuro dos acusados. Neste caso, eles chegarão ao local já com as explicações alviverdes para o caso.
Também para influenciar a opinião dos julgadores, o Palmeiras conseguiu encaixar na mídia estrangeira, especialmente nos países dos julgadores, vídeos e documentos que mostram o que chamaram de emboscada em Montevidéu. A ideia é que exista, no país de cada um dos avaliadores, um clima de que Felipe Melo e o Palmeiras são inocentes na confusão.
Por fim, o Palmeiras ainda conta com o auxílio de advogados uruguaios para o inquérito aberto pelo Ministério Público do Uruguai. Se voltar ao país, é provável que Felipe Melo seja intimado a depor sobre as agressões. A tendência é que o atleta, no máximo, dê um depoimento. Ainda assim, há essa ajuda internacional para evitar que o problema se agrave.
É importante destacar, no entanto, que esse advogado uruguaio não entrará no aspecto esportivo. Ou seja, ele não terá papel de representar o Palmeiras na Conmebol.
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