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Sem 9 ou 6 ideais, derrota volta a expor falha de planejamento do Palmeiras

Borja teve atuação apagada e não aproveitou a nova chance dada por Cuca - AFP PHOTO / RODRIGO BUENDIA
Borja teve atuação apagada e não aproveitou a nova chance dada por Cuca Imagem: AFP PHOTO / RODRIGO BUENDIA

Do UOL, em São Paulo (SP)

06/07/2017 04h00

O Palmeiras saiu derrotado no primeiro confronto pelas oitavas de final da Copa Libertadores da América. No 1 a 0 adverso contra o Barcelona-EQU, em Guayaquil, Cuca apostou em dois nomes para suprir duas carências apresentadas dentro do elenco campeão brasileiro: a posição de centroavante, ocupada pelo irregular Miguel Borja, e a lateral esquerda, ocupada pelo zagueiro Juninho no Equador.

Assista ao gol da derrota do Palmeiras

Nenhuma das duas alternativas funcionou como se poderia imaginar, evidenciando a carência do Palmeiras por um 9 que agrade Cuca ou um 6 que consiga ser funcional na defesa e no ataque. Se o Palmeiras passou aperto em Guayaquil, parte disso se deve a uma nova má exibição dos ocupantes dessa função, um problema constante para o treinador e que põe em xeque o planejamento milionário alviverde. 

Borja se movimenta e participa pouco

Em poucas semanas de trabalho, Cuca diagnosticou a necessidade de o Palmeiras contar com um novo camisa 9, uma alternativa a Borja. O colombiano ainda não se encaixou devidamente no esquema do treinador, que prefere um centroavante de maior movimentação e capacidade de sair da área para participar mais ativamente do jogo.

Borja, pelo contrário, é uma referência que se destaca pelo posicionamento e as ações certeiras dentro da área – pelo menos foi assim no Atlético Nacional-COL no ano passado. Contra o Barcelona, por exemplo, permaneceu isolado e, desacostumado a trabalhar longe da função de definidor, pouco colaborou ofensivamente.

Sem Gabriel Jesus, jogador das características ideais para o jogo de Cuca e vendido ao Manchester City no início do ano passado, o Palmeiras apostou em Willian como um nome a concorrer com Borja. Artilheiro do time no ano com 11 gols, o camisa 29 tem rendido mais aberto pelas laterais; no Equador, como ponta, foi um dos destaques do time no revés.

Para suprir a ausência de Jesus, o clube alviverde procurou Diego Souza, do Sport. Mesmo sem a mobilidade do camisa 9 da seleção, o experiente jogador do time pernambucano, meia na maior parte da carreira e “falso 9” na visão de Cuca para este Palmeiras, apresenta a visão de jogo e técnica para sair da área e participar mais do jogo.

Falta um lateral esquerdo completo

Só que não é só no ataque que Cuca enfrenta problemas nesta parte da temporada. Insatisfeito com suas opções para a lateral esquerda, o treinador deslocou o zagueiro Juninho para a posição, em função já exercida pelo defensor recentemente contratado junto ao Coritiba. A força física do camisa 4, aberto, se mostrou ineficiente com a velocidade de Valencia e Esterilla, jogadores mais ativos do ataque do Barcelona na quarta-feira.

O outro lateral esquerdo disponível para o jogo era Zé Roberto, a quem Cuca não enxerga mais como nome ideal para a posição. Com 43 anos, o camisa 11 tem sofrido pela questão física, especialmente para acompanhar pontas rápidos como os atletas do Barcelona citados acima.

Em contrapartida, Egídio, que ficou no Brasil, não inspira confiança defensiva da comissão técnica. O camisa 6 possui uma forma de jogo mais focada no ataque e, em partidas como a da última quarta-feira, fica em segundo ou até terceiro plano na armação do time.

Pensando a médio prazo, o Palmeiras possui apenas Juninho, zagueiro de origem, para ocupar a lateral esquerda no ano que vem. Zé Roberto assegura que parará ao fim deste ano, e Egídio possui contrato até dezembro – o ala ainda não acertou novo compromisso com a diretoria.