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Mais rico, pacificado e forte. Grêmio volta à final depois de uma década

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

02/11/2017 04h00

O Grêmio finalista da Copa Libertadores de 2007 é bem diferente do Grêmio que garantiu vaga na decisão do torneio atual. Uma década depois, o clube gaúcho volta a brigar pela taça em uma condição financeira muito melhor, com ambiente político pacificado e mais preparado até em infraestrutura. Desde o CT ao quadro de funcionários e grupo de jogadores.

Dez anos atrás, sob o comando de Mano Menezes, o Grêmio ainda vinha caminhando no fio da navalha em termos financeiros. Pagava contas e curava a ressaca do rebaixamento de 2005. E via ciclos associativos curtos e projetos no futebol igualmente sazonais.

Agora, o clube goza de uma saúde financeira ímpar. Com direito a rubricas acumulando superávit. Mobilização da torcida e um elenco repleto de jovens, com política de futebol voltada justamente às categorias de base.

De 2007 para cá, o Grêmio disputou a Libertadores seis vezes. Em 2009 chegou a semifinal e parou no Cruzeiro. De resto, amargou quedas precoces e que geraram crise interna. Com demissões ou mudanças drásticas nos rumos do departamento de futebol.

A instabilidade no vestiário, fruto do campo, refletia nos gabinetes. A gestão Romildo Bolzan Jr. completa o cenário distinto nesse âmbito também. Ex-prefeito de Osório, no litoral norte do Rio Grande do Sul, o presidente foi reeleito após aplicar política de austeridade e ter postura simplista. No novo mandato, chegou a aumentar os gastos no futebol, mas passou a aplicar investimentos nas categorias de base. Com a ideia de gerar receita a partir da venda de jovens.

"De vez em quando eu olho, penso. Nós duplicamos nossa loja, passamos de 48 mil para 85 mil sócios. O torcedor responde quando se sente contemplado e vê o clube bem", disse Romildo ao analisar o contexto atual.

No grupo de jogadores só há um remanescente da última final: Marcelo Grohe. Reserva de Sebastián Saja em 2007, o goleiro agora é titular e um dos protagonistas do time.

"Só cinco grupos que jogaram no Grêmio chegaram a uma final de Libertadores. Eu, como torcedor do Grêmio, me sinto honrado. Feliz. E agradecido por quem acreditou e confiou no meu trabalho", comentou o camisa 1.

Agora, o Grêmio vai atrás de outro elemento diferente na comparação com sua última final. Em 2007, o Tricolor perdeu os dois jogos e viu o Boca Juniors ficar com o título. A partir de 22 de novembro, o time gaúcho encara outro argentino na corrida pelo tricampeonato. O rival da vez é o Lanús, que recebe a partida derradeira no dia 29.