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Gauchão e 'caso Chape' farão Grêmio decidir título na Argentina

Grêmio poupou na Libertadores para jogar semi do Gauchão contra o Novo Hamburgo - VINÍCIUS COSTA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Grêmio poupou na Libertadores para jogar semi do Gauchão contra o Novo Hamburgo Imagem: VINÍCIUS COSTA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

21/11/2017 04h00

O Grêmio tem uma campanha melhor que a do Lanús, mas a finalíssima da Copa Libertadores 2017 será na Argentina. A explicação está na campanha dos times na fase de grupos e, lá atrás, a busca do Tricolor pelo título do Campeonato Gaúcho e o ‘caso Chapecoense’ pesaram. Os dois episódios mudaram o rumo da etapa que define mando de campo do torneio.

Grêmio e Lanús-ARG abrem a final da Libertadores nesta quarta-feira, em Porto Alegre. Mas a taça só será entregue após o apito final do segundo jogo, na grande Buenos Aires, dia 29.

A campanha do Tricolor é melhor no todo, juntando fase de grupos e mata-mata. Com esse parâmetro, o Grêmio acumula oito vitórias e apenas duas derrotas. Já o Lanús tem sete vitórias e três derrotas: 26 pontos dos gaúchos contra 23 dos argentinos.

O regulamento produzido pela Conmebol, no entanto, considera apenas a fase de grupos para definir o ranking de desempenho que aponta o mando de campo. E aí entram os episódios aleatórios. Um envolvendo cada lado da disputa.

Grêmio estava obcecado

Depois de encerrar o jejum de 15 anos sem títulos, com a conquista da Copa do Brasil, o Grêmio entrou no Gauchão com a meta de impedir a sétima conquista seguida do Internacional. O Estadual era prioridade mesmo, tanto que Renato Gaúcho preservou os titulares diante do Guaraní-PAR, em Assunção, no dia 20 de abril. O jogo no estádio Defensores del Chaco antecedia a segunda partida da semifinal contra o Novo Hamburgo.

No primeiro jogo, na Arena, o Tricolor empatou em 1 a 1 com o ‘Noia’. Por isso, 27 jogadores foram até o Paraguai, mas apenas três titulares jogaram contra o Guaraní. Os demais acabaram preservados para o reencontro com o Novo Hamburgo.

O planejamento não foi o suficiente para o Grêmio eliminar o modesto clube do Vale dos Sinos, que avançou nos pênaltis, mas afetou a campanha no grupo 8.

“Se tivéssemos empatado no Paraguai com time principal, seria um grande resultado. Jogamos com o segundo e muito bem, merecíamos ter ganho. Conseguimos um excelente resultado. Tem gente que gosta de criticar ao invés de ver as coisas boas. Nossa programação foi muito bem elaborada, o time correu muito aqui. Jogamos muito bem. Eles tiveram mais felicidade nas cobranças de pênalti”, disse Renato após a queda precoce no Gauchão.

Quando o Grêmio reencontrou o Guaraní, em Porto Alegre, aplicou 4 a 1 e viu brotar o sentimento de que os pontos deixados em Assunção poderiam fazer falta. O Tricolor fechou a primeira fase com 13 pontos e terceiro na classificação geral, atrás de Atlético-MG e Lanús apenas no saldo de gols. E é aí que entra o ‘caso Chapecoense’.

Chape deu vantagem ao Lanús

Campeão argentino, o Lanús recebeu a Chapecoense em 17 de maio e perdeu por 2 a 1. O gol da vitória foi marcado por Luiz Otávio, aos 43 minutos do segundo tempo. Só que o zagueiro havia sido expulso contra o Nacional-URU duas rodadas antes, foi a julgamento e pegou três partidas de suspensão. O time catarinense entendia que o gancho automático já tinha sido cumprido na final da Recopa Sul-Americana, diante do Atlético Nacional-COL.

O caso foi parar nos tribunais e o placar acabou revertido. O Lanús saiu de derrotado a vencedor. O escore mudou de 2 a 1 a favor da Chape para 3 a 0 pró argentinos. A vitória do time brasileiro fora de casa havia embolado o grupo 7. Com o WO a seu favor, o ‘granate’ aumentou a pontuação. A classificação já havia sido obtida antes da decisão de gabinete, com vitória em cima do Nacional-URU, em Montevidéu.

O duelo na final, por ordem da Conmebol, não terá gol qualificado. Ou seja, o visitante não sairá em vantagem se converter na casa do rival.