"Professor" de Guardiola, Pepe diz se reconhecer em estilo ofensivo do Barcelona

O estilo ofensivo marcante do Barcelona, que encanta torcedores por todo o mundo, tem um “toque” brasileiro. Para Pepe, ídolo histórico do Santos, o técnico Josep Guardiola usou alguns dos conhecimentos passados por ele para montar o poderoso Barça atual.

O caminho dos dois se cruzou entre 2003 e 2005. Durante este período, Pepe foi o técnico do Al-Ahli. Guardiola, ainda em sua carreira como jogador, foi contratado pelo time do Qatar e esteve sob as ordens do brasileiro. Nascia ali uma amizade que mais tarde se mostraria essencial para o futuro do espanhol como treinador.

“Já tinha vontade de contratar Guardiola. Ele entrou no time logo e jogou muito. Era sempre com dois toques na bola. Como eu falo espanhol muito bem, nós dois conversávamos bastante”, contou Pepe em entrevista ao UOL Esporte. E foi justamente durante estes bate-papos diários que o espanhol aproveitava para conhecer mais sobre o Santos multicampeão dos anos 60 – do qual Pepe fez parte.

“Ele sempre demonstrou um grande interesse pelo time do Santos da década de 60. Guardiola me perguntava sobre a tática, como jogavam Pelé, Clodoaldo...”, afirmou. O interesse do então volante em como um time poderia atuar de forma tão ofensiva sem comprometer a defesa chamou a atenção do Canhão da Vila.

Pepe achou que havia algo diferente em tantas perguntas. “Logo percebi que ele poderia ser um grande treinador. Guardiola já mostrava uma grande capacidade, inteligência e era muito observador. Ele sempre gostou de ver equipes ofensivas em campo”, revelou.

Guardiola teve dois anos para tirar todas as suas dúvidas e obter o máximo de informações necessárias com Pepe. As lições aprendidas com o treinador brasileiro mais tarde teriam fundamental importância no Barcelona de hoje, que Pepe observa e afirma enxergar um pouco dele na equipe.

OS NÚMEROS DA FINAL DA CHAMPIONS

Espanhóis e ingleses decidem o principal torneio de clubes do mundo neste sábado (28). Veja o especial da BBC com cifras e curiosidades que envolvem a decisão da Liga dos Campeões que será disputada no estádio de Wembley.

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 “Acho que tem um pouco de minha influência, sim, no Barcelona treinado por Guardiola. Ele sempre queria saber mais sobre como o time do Santos jogava de forma ofensiva e acho que Guardiola tirou alguma coisa daí. Ele tem coisas muito boas na cabeça, tem ideias próprias”, elogiou.

Em 2005, Guardiola deixou o Al Ahli e foi para o Dorados, clube mexicano no qual encerrou sua carreira como jogador. Em junho de 2007, assumiu o comando do Barcelona B. No ano seguinte, ele já estava à frente da equipe principal, quando substituiu Frank Rijkaard.

Desde então, Guardiola fez do Barcelona uma máquina de levantar troféus. Foram três Campeonatos Espanhóis, uma Copa do Rei, duas Supercopas da Espanha, uma Supercopa da Uefa, uma Liga dos Campeões e um Mundial de Clubes da Fifa. O currículo pode ganhar mais uma taça no sábado, caso o Barcelona supere o Manchester United na decisão da Liga dos Campeões.

Com tantos títulos obtidos pelo Barcelona e um estilo de jogo caracterizado pelo toque refinado de bola, Pepe acha que um suposto duelo entre o time espanhol e o Santos de sua época seria equilibrado e repleto de gols. “Seria difícil apontar um vencedor. Arriscaria um empate por 4 a 4”, indicou.

O Canhão da Vila, segundo maior artilheiro da história do Santos, não titubeou na hora de apontar quem dará a volta olímpica no estádio de Wembley neste sábado. “Será um jogo duro, mas fico com Guardiola. O Barcelona vence por 2 a 1, com destaque para o Messi”, apostou.

Barcelona e Manchester United decidem o título da Liga dos Campeões neste sábado às 15h45 (horário de Brasília), com transmissão ao vivo das TVs Globo, Bandeirantes, ESPN e ESPN/HD, com acompanhamento ao vivo do Placar UOL Esporte.

Por fim, Pepe mandou um recado para quem acha que Lionel Messi pode ser comparado a Pelé. “Volta e meia aparece um jogador melhor do que o Pelé, mas ele é um ET. Messi ainda é humano. Não dá para compará-los, pois eles têm características diferentes. Eu compararia Messi com Gerson, por exemplo”, concluiu.