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Chelsea desafia força caseira do Bayern para alcançar 'santo Graal' de magnata

Bayern de Munique tem a chance de ser campeão da Liga em casa contra o Chelsea - Montagem - Arte UOL
Bayern de Munique tem a chance de ser campeão da Liga em casa contra o Chelsea Imagem: Montagem - Arte UOL

Do UOL, em São Paulo

19/05/2012 06h01

Nos filmes, novelas e desenhos animados, há um tipo comum de personagem: alguém ganancioso, dono do poder e de uma forte rede de influências e que deseja ter o controle do mundo nas mãos. Neste sábado, a ficção tem chance de se tornar realidade com a final da Liga dos Campeões entre Bayern de Munique e Chelsea, que será disputada no estádio Allianz Arena – “casa” do time alemão.

  • Claude Paris/AP

    Roman Abramovich adquiriu o Chelsea em 2003 e persegue o inédito título da Liga dos Campeões

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A figura ardilosa que tem a grande chance de ver seu plano dar certo se chama Roman Abramovich. Em 2003, o milionário russo comprou o Chelsea por 210 milhões de euros com um objetivo muito claro em mente: levar o clube à inédita conquista da Liga dos Campeões. Como dinheiro não é problema para o magnata, foi investida uma fortuna ao longo das últimas temporadas para contratar jogadores e técnicos de renome para que sua meta fosse atingida.

O empresário do ramo petrolífero gastou em torno de 900 milhões de euros para reforçar o elenco, mas nunca conseguiu alcançar seu ‘santo Graal’. O mais perto que chegou da glória foi em 2008, quando o Chelsea perdeu a decisão para o rival Manchester United nos pênaltis. Abramovich, acusado de sonegação de impostos na Rússia, tornou-se figura fundamental para o esperado duelo com o Bayern sem ao menos calçar um par de chuteiras.

Tudo por conta das declarações de Uli Hoeness, presidente do Bayern e que deixou clara sua opinião a respeito do magnata russo. “Fico furioso toda semana quando vou colocar gasolina em meu carro. A máfia do petróleo tira dinheiro do meu bolso e investe em jogadores. Isso fede e eu incluo o senhor Abramovich nisso. Nós precisamos vencer clubes como o Chelsea. Hoje, fica tudo em volta de dinheiro. Abramovich colocou bilhões no Chelsea. Se ele decidir ir embora, o clube vai valer menos que uma revista de palavras cruzadas em uma banca”, criticou.

O "jeito Abramovich" de comandar o clube londrino terá escrito mais um capítulo caso a equipe saia derrotada neste sábado. Como a paciência não costuma ser um dos seus pontos fortes (como se viu com a demissão do treinador André Villas-Boas, contratado no começo desta temporada após se destacar no Porto), o russo já ameaça fazer uma grande reformulação no elenco. Trata-se da última chance de Drogba, Lampard e Terry, cabeças de uma espécie de “panelinha da diretoria”, de levar os Blues ao título.

Na decisão, porém, Terry terá que ver seus companheiros de longe. O zagueiro está suspenso, assim como seus companheiros Ivanovic, Ramires e Raúl Meireles. O técnico Roberto di Matteo, por outro lado, deve escalar a zaga com David Luiz (recuperado de lesão) e Cahill. Malouda, com problemas físicos, é dúvida.

O Bayern tem a rara chance de levantar a taça em sua casa – a Uefa decide o local das finais da Liga dos Campeões com bastante antecedência. Apesar de a coincidência lhe dar certo favoritismo, a equipe alemã terá que contornar a limitação de ingressos feita pela Uefa. A entidade reservou 17,5 mil ingressos para os torcedores do Chelsea.

Se vencer, o Bayern iguala o Liverpool no número de títulos da Champions (cinco), perdendo apenas para Real Madrid (nove) e Milan (sete). A equipe terá os desfalques dos suspensos Badstuber, Alaba e Luiz Gustavo. O volante Tymoschuk pode ser improvisado pelo técnico Jupp Heynckes no miolo de zaga; Contento e Rafinha disputam a vaga na lateral esquerda. Se for escalado, o brasileiro atuará fora de sua posição original – ele é lateral direito.

Bayern de Munique e Chelsea se enfrentam a partir das 15h45 (horário de Brasília) deste sábado, com transmissão ao vivo da ESPN Internacional, Globo e Bandeirantes. O Placar UOL Esporte fará o acompanhamento lance a lance da partida.

BAYERN E CHELSEA IMPEDIRAM CLÁSSICO ESPANHOL NA DECISÃO DA LIGA

  • Felice Calabro/AP

    Quando foi definido o emparceiramento dos mata-matas da Liga, todos aguardavam o duelo entre Barcelona e Real Madrid na final. No entanto, Bayern e Chelsea cruzaram o caminho da dupla nas semifinais e frustraram este desejo. O time londrino eliminou o Barça ao vencer por 1 a 0 em casa e empatar por 2 a 2 no Camp Nou. Já o Bayern despachou o Real Madrid nos pênaltis no Santiago Bernabéu, quando Kaká, Cristiano Ronaldo e Sergio Ramos desperdiçaram suas cobranças. Cada time havia vencido por 2 a 1 em casa.

NÚMEROS COMPLICAM A VIDA DO CHELSEA

  • REUTERS/Kai Pfaffenbach

    Para sorte do Chelsea, as estatísticas não ganham jogo. O time inglês venceu apenas uma vez fora de casa nesta edição da Liga e já perdeu para um time alemão: levou de 2 a 1 do Bayer Leverkusen na fase de grupos. Já o Bayern ganhou 13 das 14 últimas partidas disputadas no Allianz Arena levando em consideração todos os torneios dos quais participa - o outro terminou empatado.

E A TORCIDA AFRICANA VAI PARA...

  • Michael Regan/Getty Images

    O Chelsea tem a chance de entrar para a história da Champions não apenas pela possibilidade de conquistar um título inédito. Se isto se confirmar, a equipe londrina também será o 'campeão mais africano' da história da Liga. O elenco conta com quatro atletas do continente: o ganense Michael Essien, o nigeriano Obi Mikel e os marfinenses Salomon Kalou e Didier Drogba. A atual marca pertence ao Barcelona-2009, que contava com o camaronês Samuel Eto'o, o malinês Seydou Keita e o marfinense Yaya Touré.

REENCONTRO TECNOLÓGICO

  • Jon Hrusa/Efe

    Manuel Neuer e Frank Lampard novamente estarão em lados opostos, mas esperam que desta vez o encontro termine sem polêmicas. Na Copa do Mundo-2010, eles estiveram no centro de uma grande discussão. No jogo entre Inglaterra e Alemanha pelas oitavas, Lampard acertou um belo chute; a bola bateu no travessão e quicou dentro do gol. No entanto, a arbitragem não deu o gol, para revolta dos ingleses. Naquele momento, a Alemanha vencia por 2 a 1 - acabou goleando por 4 a 1.
    Relembre como foi a polêmica