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Na ponta do lápis, Segundona Inglesa ofusca final da Liga dos Campeões

Muitos ingleses estão mais ansiosos com a 2ª divisão do que com final da Champions - Montagem UOL
Muitos ingleses estão mais ansiosos com a 2ª divisão do que com final da Champions Imagem: Montagem UOL

Fernando Duarte

Do UOL, em Munique (Alemanha)

19/05/2012 06h01

A Liga dos Campeões pode até oferecer o mais cobiçado troféu de clubes do futebol mundial, mas a final deste sábado entre Bayern de Munique e Chelsea está sendo ofuscada financeiramente por uma partida da Segunda Divisão inglesa: marcada para às 11h de Brasília, a decisão do mata-mata de acesso à elite, reunindo West Ham e Blackpool, em Wembley, pagará ao vencedor um prêmio maior que o oferecido pela Uefa. De acordo com um estudo da empresa de consultoria Deloiite, quem triunfar na partida de hoje vai assegurar receitas de US$ 64 milhões na temporada 2012-13. Já na Liga dos Campeões, apesar das receitas graúda, a final tem prêmio de ‘’apenas’’ US$ 11,5 milhões para quem leva a melhor.

O montante exorbitante da segundona se deve ao acesso que o clube promovido têm às receitas de TV da Premier League Inglesa. O atual contrato de TV, que expira no ano que vem, rende um total de US$ 2,24 bilhões para os 20 clubes da Primeira Divisão, com uma divisão muito mais igualitária que na Espanha e na Itália, por exemplo. Na recém-encerrada temporada, o rebaixado e último colocado Wolverhampton recebeu como consolação US$ 64 milhões e a garantia de um pagamento extra de pelo menos US$ 24 milhões na primeira temporada na segundona. Enquanto o campeão e vice sa segundona têm acesso automático, os clubes de terceiro a sexto disputam uma vaga extra, decidia numa final de jogo único,

‘’Em termos financeiros, a vitória na final playoff é o jogo que oferece o maior prêmio do futebol mundial. E nossas projeções levam apenas em conta os ganhos diretos, quando na verdade uma subida para divisão de elite representa a maximização de oportunidades de receitas numa série de aspectos’’, afirma Paul Rawnsley, diretor de estudos em negócios do esporte da Deloitte.

O cálculo otimista só não leva em conta o custo de se manter an elite. A competitividade na Liga Inglesa pode não ser tão grande no alto da tabela, mas na parte de baixo é comum clubes viverem rotinas de ioiô. Em 2011-12, foi a primeira vez em 10 anos que as três equipes que subiram (Queen’s Park Rangers, Norwich e Swansea) conseguiram sobreviver juntas à primeira temporada. E o esforço financeiro de competir junto à elite causou sérios danos financeiros a uma série de clubes rebaixados – um dos casos mais recentes foi o do Portsmouth, que de campeão da FA Cup de 2008 este ano foi rebaixado para a terceira divisão depois de ser punido por ter entrado em concordata.

Sem falar que a realidade da segundona é bem diferente em termos de riqueza: ainda que tenha a quinta maior média de público da Europa, o campeonato com receitas minguadas de TV em comparação com a elite: US$ 140 milhões por temporada, divididos por 24 clubes.