Título inédito do Chelsea na Liga dos Campeões quebra velhos paradigmas do futebol; confira

Quando foi sacramentado que o Chelsea enfrentaria o temido Barcelona nas semifinais da Liga dos Campeões, o mundo todo colocou o time espanhol na decisão do torneio. Mas com um sistema defensivo muito forte e extrema eficiência no ataque, os Blues eliminaram o Barça com uma vitória magra em Londres e um empate em 2 a 2 fora de casa, com um jogador a menos. Na final, mesma tática. O Chelsea se defendeu quase que o tempo inteiro e só foi para o ataque após Muller abrir o placar. Drogba empatou e o time inglês voltou a se defender até o fim.

As seleções da África sempre chegam na Copa do Mundo com enorme expectativa e costumam fracassar de forma retumbante. Jogadores vindos dos países africanos também não costumam brilhar em jogos decisivos pelos seus clubes. Didier Drogba, nascido na Costa do Marfim, colocou por terra essa regra. O atacante do Chelsea mostrou no mata-mata da Liga dos Campeões porque é considerado um dos maiores jogadores africanos. Marcou nas semifinais contra o Barcelona, no tempo normal contra o Bayern e teve sangue frio para mandar para as redes o último pênalti na decisão. Quer mais alguma prova?

O Chelsea era um time tradicional na cidade de Londres, mas não costumava brigar com os gigantes ingleses no campeonato local e muito menos em âmbito europeu. Com a chegada do milionário russo Roman Abramovich em 2004, o cenário mudou. Com os cofres cheios, mas com dinheiro de origem suspeita, o time inglês passou a contratar grandes jogadores e voltou a conquistar títulos. A época de ouro começou com José Mourinho e o Chelsea conquistou a liga nacional e Copas da Inglaterra. Faltava, no entanto, a cobiçada Liga dos Campeões. Em 2008, o Chelsea chegou perto, mas perdeu na final para o rival Manchester United. No último sábado, no entanto, a sorte virou e os comandados de Abramovich, enfim, levantam a 'orelhuda'.

O técnico português André Villas-Boas chegou ao Chelsea no início da temporada com moral e com a fama de ser o novo José Mourinho. Logo tudo mudou. O treinador mudou a forma de jogo, tentou reformular a equipe dando menos espaço para jogadores experientes e líderes do elenco como Lampard e Drogba e acabou demitido. O auxiliar técnico Roberto Di Matteo assumiu o time interinamente dias antes do jogo de volta contra o Napoli, pelas oitavas de final da Liga, reverteu a desvantagem e classificou o time. Depos, deu mais espaço para velhos pilares da equipe e conquistou de vez o grupo. Os resultados vieram, o Chelsea levou a Copa da Inglaterra e também a Liga dos Campeões. Além disso, os veteranos pedem que o russo Roman Abramovich mantenha Di Matteo no comando.

Um time para ser campeão precisa ser unido, certo? O Chelsea que conquistou a Liga dos Campeões após derrotar o Bayern nos pênaltis mostra que um elenco cheio de diferenças e às vezes rachado pode sim triunfar. É claro no elenco que jogadores como Terry, Lampard, Ashley Cole e Drogba são intocáveis. O técnico André Villas-Boas bateu de frente com alguns deles e logo foi demitido, muito pelo trabalho de 'bastidores' destes jogadores. Roberto di Matteo foi por outro caminho, ganhou a confiança dos experientes e conquistou a Copa da Inglaterra e a Liga dos Campeões.

Desde que Roman Abramovich assumiu o clube, a conquista da Liga dos Campeões virou objetivo maior no Chelsea. Mesmo com todo o investimento, faltava sorte ao time inglês. Em 2005, gol polêmico do Liverpool eliminou a equipe. Em 2008, o Chelsea chegou na decisão contra o Manchester United, mas perdeu nos pênaltis e com direito a escorregão do zagueiro Terry. No ano seguinte, um gol nos acréscimos de Iniesta acabou com o sonho nas semifinais. Na atual edição, porém, os Blues estavam quase eliminados contra o Napoli e reverteram na prorrogação, depois superaram todas as dificuldades para passar pelo Barcelona e, por fim, na decisão sofreram um gol aos 38min da etapa final, conseguiram o empate e ainda viram o Bayern perder pênalti com Robben na prorrogação. De fato, a sorte virou para os ingleses.