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Time do Chipre fala português e quer ter sorte de compatriota azarão na Liga dos Campeões

Rui Miguel, meia do Limassol, celebra seu gol contra o Anderlecht pela Liga dos Campeões  - Petros Karadjias/AP Photo
Rui Miguel, meia do Limassol, celebra seu gol contra o Anderlecht pela Liga dos Campeões Imagem: Petros Karadjias/AP Photo

Do UOL, em São Paulo

23/08/2012 06h00

O Apoel Nicosia assustou o mundo ao se tornar a primeira equipe do pequeno Chipre a chegar às quartas de final da Liga dos Campeões, o que aconteceu na edição passada do torneio. Agora, o Ael Limassol tenta seguir os passos do compatriota e ir à fase de grupos do principal torneio da Europa.

Na quarta-feira, o time da ilha do Mediterrâneo venceu o Anderlecht por 2 a 1 e precisa de apenas um empate na Bélgica para disputar pela primeira vez a fase principal da Liga. O atual campeão cipriota já superou outros dois clubes nas eliminatórias do torneio, o Lindfield (País de Gales) e Partizan (Sérvia).

O segredo do sucesso do Limassol fala português. Nada menos que 14 jogadores do elenco são de Portugal ou de suas ex-colônias. Há seis lusitanos, três brasileiros, três angolanos, um moçambicano e um cabo-verdiano no time inscrito na Liga.

“Na ilha, a língua oficial é o português”, diz o angolano Gilberto. "O ambiente entre nós é muito saudável, todos nos damos bem, não há divisões”. Fora os que falam a língua de Camões, há outros seis cidadãos do Chipre, razão pela qual o treinador Charalampos Christodoulou (cipriota da gema) precisa dar instruções em inglês para que toda a equipe o entenda.

Entre os brasileiros do time, o destaque é o meio-campista Luciano Bebê, que já foi uma promessa do Corinthians e rodou por times menores antes de chegar a Portugal, país que serve como ponte aos brasileiros que jogam no Chipre. Luciano foi um dos jogadores mais importantes da campanha que deu o título nacional ao Limassol e encerrou um jejum de 44 anos sem uma grande conquista.

A aposta na comunidade de língua portuguesa também foi responsável por conduzir o Apoel Nicosia à campanha histórica na temporada passada da Liga dos Campeões. No começo do ano, havia cinco brasileiros no time titular que superou o Lyon nas oitavas e alcançou o direito de disputar, com o Real Madrid, uma vaga nas semifinais. Os espanhóis acabaram confirmando o favoritismo. Mas o Chipre já tinha entrado para a história no torneio.

Com o Limassol, o país que tem população estimada de 800 mil habitantes (equivalente à de Teresina-PI), tem nova chance de voltar a ser lembrado na elite do futebol europeu.