Málaga supera crise financeira e tenta se infiltrar entre os gigantes na Liga

O Málaga é sem dúvida a maior surpresa da atual edição da Liga dos Campeões. O time espanhol chegou às quartas de final logo em sua primeira participação na competição, deixou para trás o Milan na fase de grupos e eliminou o tradicional Porto nas oitavas de final. Agora, o desafio é eliminar o Borussia Dortmund e ficar entre os quatro melhores.

A tarefa é complicada, mas o Málaga já mostrou na atual temporada que consegue se virar em meio às adversidades.

A temporada 2012/13 tinha tudo para ser trágica para a equipe, mesmo com a classificação inédita para a Liga. Em julho de 2012, o sheik qatariano Abdullah Al-Thani, que comprou o clube por 36 milhões de euros (R$ 92,8 milhões no câmbio atual) em 2010, decidiu abandonar o barco.  

As dívidas com jogadores, clubes e autoridades espanholas impediram a formação do elenco e ainda forçaram a diretoria a fazer caixa com alguns dos principais jogadores, como Cazorla e Rondon. Além disso, o técnico Manuel Pellegrini ameaçava deixar o clube.

Os problemas de caixa foram sanados em um curto prazo, porém, a Uefa anunciou que o Málaga está impedido de disputar a próxima competição europeia que se classificar até a temporada 2016/17 por conta das novas regras de saúde financeira.

Mas a permanência de Pellegrini, a chegada de reforços rodados como Saviola e Roque Santa Cruz, e a mescla de atletas experientes com jovens revelações foram o bastante para levar o Málaga a uma campanha histórica.

“A situação agora está tranquila, o clube pagou todos os salários atrasados, mas ainda acontecem coisas normais de todo clube, como uma semana de atraso. Mas a diretoria vem cumprindo seus deveres”, disse o meia Julio Baptista ao UOL Esporte.

O meia, que está recuperado de duas graves lesões que o afastaram dos gramados por mais de um ano, admite que o início conturbado da temporada assustou. “Foi bem difícil sim, o clube parecia sem rumo, tivemos que vender jogadores para tapar buraco financeiro, mas hoje consegue se manter”, afirmou.

O elenco ainda conta com os brasileiros Lucas Piazon e Weligton, além de diversos atletas sul-americanos. O jovem meia espera um grande duelo com o Borussia Dortmund, outra equipe sensação da Liga.

“O trio ofensivo deles (Lewandowski, Gotze e Reus) é muito bom, acompanhei bem os jogos da primeira fase. O time é muito encaixado e vai ser uma disputa muito boa”, afirmou. 

Em comum, Málaga e Borussia têm a sua fanática torcida como aliado nas eliminatórias, como foi possível ver nas oitavas de final. Na disputa pela semifinal, a equipe espanhola fará o segundo jogo na Alemanha.

“Preferia o segundo jogo em casa, mas agora temos que mudar. Qualquer vitória em casa já é bom resultado e o grande segredo é não tomar gol”, disse Julio.