Fiasco com Mourinho é mais um da era galáctica de Florentino no Real
A amarga vitória por 2 a 0 sobre o Borussia Dortmund, na terça-feira, findou mais um sonho do atual mandatário do Real de Madrid de voltar a ver o time ser o maior da Europa. E agora coloca dúvidas sobre qual será sua nova empreitada após o insucesso na era Mourinho, que parece cada vez mais próxima do fim.
Quando assumiu a presidência do Real Madrid, em 2000, o engenheiro civil Florentino Pérez havia visto seu clube ganhar duas das três últimas edições da Liga dos Campeões da Europa e um Mundial Interclubes. Manter a hegemonia no futebol era mundial era seu foco. Para isso, queria vencer mais Ligas e ter os melhores jogadores.
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Passou então a gastar dinheiro como poucas vezes o futebol viu. Antes de ganhar a eleição, prometeu tirar o então melhor jogador do arquirrival Barcelona, o português Luis Figo. Desembolsou mais de 58 milhões de euros para cumprir o que disse.
A partir daí é que deu início à era dos galácticos, com contratações milionárias e que renderam resultado abaixo do esperado em termos de conquistas. Contratou Zidane (76 milhões de euros), Ronaldo (43 milhões) e Beckham (31 milhões).
Fã do futebol arte, passou a se dedicar à contratação de jogadores brasileiros para tentar ver um time em campo que encantasse. Contratou também Robinho e Júlio Baptista. Mas seu time só venceu uma edição da Liga dos Campeões e um Mundial de Clubes, em 2002.
Deixou a presidência do clube madrileno em 2006. De lá até 2009, a equipe merengue viu o arquirrival Barcelona ganhar duas Ligas dos Campeões e ser hegemônica no futebol mundial, enquanto o Real não conseguia passar das oitavas de final da Liga.
Então Florentino voltou à presidência, em 2009, na expectativa de conseguir se igualar à equipe de Messi. Chegou já como voltou: com várias contratações milionárias. Logo após chegar, contratou Cristiano Ronaldo por 94 milhões de euros e Kaká por 65 milhões.
Ainda contratou, na mesma temporada, Xabi Alonso, por 36 milhões, e Benzema, por 35 milhões. Deu chance a um promissor treinador, o chileno Manuel Pellegrini, que vinha de boas temporadas no Villarreal. Não adiantou. O time foi vice espanhol, não fez frente ao Barcelona e caiu nas oitavas de final da Liga para o Lyon.
Só não viu o pior acontecer graças a José Mourinho, indiretamente. A torcida madrilena temia ver o rival Barcelona comemorar o título da Liga dos Campeões dentro da cidade de Madri, que havia sido definida como palco da decisão da temporada 2009/10. A final era no Santiago Bernabéu, estádio do Real.
Mas quem se sagrou campeão foi Mourinho, que triunfou com a Inter sobre o Barcelona nas semifinais e depois bateu o Bayern na final. Passou a ser visto como herói entre a torcida do Real por ter evitado e vexame e ter então a “fórmula” de como parar a equipe de Messi.
Foi contratado a peso de ouro para a temporada que se iniciou. Com salários estimados em 14 milhões de euros por ano, teve carta branca para indicar jogadores e formar seu elenco. Fez Florentino gastar aproximadamente 160 milhões de euros nas contratações que fez em sua era, de três anos, ao indicar nomes como Modric, Ozil, Di Maria, Khedira e Varane.
Nas três temporadas da era Mourinho, o Real venceu um Campeonato Espanhol, uma Copa do Rei (está na final da atual edição e pode levar este título novamente) e uma Supercopa da Espanha. Parou três vezes nas semifinais da Liga. Mourinho custou um total de 200 milhões de euros para essas conquistas,entre salários e indicações de jogadores.
Nesse mesmo tempo, viu o Barcelona ganhar uma Liga dos Campeões, um Campeonato Espanhol (está próximo de ganhar o segundo), uma Copa do Rei, uma Supercopa da Espanha e duas Supercopas da Europa.
Logo depois da eliminação na terça, o técnico já esboçou sua saída. Em entrevista pós-jogo, Mourinho voltou a disparar contra seus grandes "inimigos", os jornalistas, e afirmou que deve voltar ao futebol inglês, onde, segundo ele, é "querido".
"Na Espanha, muitos me odeiam. E boa parte dos que me odeiam está nesta sala (de imprensa)", ironizou. "Quero estar em um lugar onde sou querido. Na Inglaterra, eu sou querido por todos, e a imprensa é justa comigo, me critica com argumentos", completou.
Agora, com sua eminente saída, resta saber qual será a nova cartada de Florentino em busca da tão sonhada Liga.
VEJA PREÇOS PAGO PELO REAL NAS CONTRATAÇÕES DA ERA MOURINHO
Modric (foto) (meia) – 41 milhões de euros
Di Maria (meia) – 35 milhões de euros
Fabio Coentrão – (lateral) - 30 milhões de euros
Özil (meia-atacante) – 18 milhões de euros
Khedira (volante) - 15 milhões de euros
Varane (zagueiro) - 10 milhões de euros
Ricardo Carvalho – especulado em 8 milhões de euros
Diego Lopez – (goleiro) - 3,5 milhões de euros
*Além desses, Essien veio por empréstimo e Altintop de graça, sem contrato
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