De torneio de consolação, Liga Europa vira atalho para Champions League
Torneio que perdeu muito em relevância depois da expansão da Champions League, a Liga Europa deixará de ser meramente uma competição de consolação com a decisão da Uefa de dar vaga ao campeão na disputa entre a elite europeia. Anunciada nesta sexta-feira durante o congresso que a entidade reguladora do futebol europeu realiza em Londres, a nova medida valerá a partir de 2015 e desde já não apenas agrega valor à Liga Europa: promete intensificar a briga pelas posições intermediárias nos campeonatos nacionais europeus.
Hoje disputada por 78 equipes (48 na chave principal), a Liga Europa historicamente é um misto de torneio de consolação para clubes mais tradicionais e chance histórica para o resto - clubes da Rússia e da Ucrânia já levantaram o troféu, por exemplo. E embora os prêmios em dinheiro sejam bem menores que os da Champions League, o campeão ainda leva para casa respeitáveis 5 milhões de euros.
No entanto, são as grandes ligas que dominam o torneio, ainda mais porque os terceiros colocados na fase de grupos da Champions League entram no torneio a partir do mata-mata. Desde 1972, quando a competição teve início, Itália (9 títulos), Espanha e Inglaterra (sete), além da Alemanha (seis), sãos maiores vencedores – a Inter de Milão, Juventus e Liverpool são os únicos a conquistar o título três vezes. Ainda assim, a lista de vencedores tem belgas, suecos e turcos, que jamais triunfaram no evento principal.
Não foi apenas neste ponto que a Uefa adotou medidas já em vigor no futebol sul-americano: a entidade pretende fazer também com que a presença automática do vencedor não cancele uma vaga de direito do país do clube em questão. Há ainda a possibilidade de dois pesos e medidas: clubes-anõesque venceram a Liga Europa poderão ter de disputar a última rodada do qualifying em vez de jogar a chave principal.
Com as mudanças, a Uefa espera atrair mais interesse para o torneio por parte de clubes, torcidas e, sobretudo, patrocinadores. A medida também segue a linha populista adotada pelo presidente da entidade, o francês Michel Platini, que defende a maior inclusão de países menores na elite europeia – algo também exemplificado pela decisão de levar para Polônia e Ucrânia a última Eurocopa.
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